Com preços lá em cima, consumidor faz malabarismo para colocar comida na mesa
A inflação na Capital acumula alta de 5,26% no ano e de 6,65% nos últimos 12 meses, maiores índices do País, segundo o IBGE
Há quem cace o preço mais baixo, mas há também quem abriu mão de alguns alimentos ou reduziu a quantidade consumida para que dê conta de comprar comida. Da dona de casa ao trabalhador formal, as dificuldades na compra de alguns itens virou rotina com as altas frequentes nos preços.
Assusta o valor da batata, que chega a R$ 7,00 o quilo e ainda teve aumento registrado de 40,36% na inflação entre outubro e novembro. Para se ter uma ideia, a inflação na capital sul-mato-grossense acumula alta de 5,26% no ano e de 6,65% nos últimos 12 meses, maiores índices do País, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A salgadeira Olga de Almeida, 49 anos, por exemplo, relata que ao invés de comprar um quilo de tomate, tem comprado apenas três unidades. “Eu não tenho uma renda fixa, então a gente vem sofrendo até pra comprar comida”, revela, enfatizando que “não consigo mais manter o que comia antes”.
Sobre as festas de fim de ano, ela diz que “bate um desespero”, porque “você pensa no que vai fazer, e não encontra saída. Lá em casa, cada um vai ajudar com um pouquinho. Essa história de folgado que não ajudava em nada acabou”, sentencia.
Juliano Barros, 43 anos, é corretor de seguros e diz que sempre analisa e fica esperando as promoções para poder fazer as compras. “Porque você vai em um mercado menor e às vezes tem coisa barata, mas isso não se mantém porque depois já aumenta de novo”, pondera.
Com isso, para ele, comprar algum item com valor mais em conta é questão de sorte. “Não importa se o mercado é grande ou pequeno. Antes quem comprava 1kg de batata, agora tem que cortar pelo meio. Eu até consigo manter as compras, mas com sofrimento, porque só com o salário está muito complicado pra manter tudo”.
O autônomo Edmar de Almeida, 52 anos, avalia que “o problema é que tudo aumentou. Não é só a comida. Se fosse só isso, a gente daria conta. Mas é gás, água, luz, tudo dificulta e o preço fica gigante. Não tem como fazer milagre”.