Consumidor terá custo extra, mas usina de gás compensa, avalia Delta Energia
Usina de gás é alternativa diante da crise energética em virtude dos baixos níveis de água nas hidrelétricas
Usina para transformar gás natural em energia elétrica reativada oficialmente hoje (28), em Campo Grande, vai impactar no preço da conta de energia dos sul-mato-grossenses, segundo o Presidente da Delta, Luiz Fernando Vianna. A usina William Arjona já funciona, na saída para Sidrolândia, mas não com toda a capacidade de produção instalada ainda. A reativação da usina tem a presença do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Com capacidade para gerar 20% da média de consumo de energia de Mato Grosso do Sul, a usina ficou quatro anos inoperante até a primeira turbina ser reativada no dia 10 de julho.
No local, é possível a geração de 190 megawatts, o suficiente para abastecer mais de 50% da Capital. Por enquanto, já operam máquinas que geram 120 megawatts. Na semana que vem, será gerada energia na capacidade total.
A usina é uma alternativa diante da crise energética em virtude dos baixos níveis de água nas hidrelétricas, que geram energia para o país.
“Essa conta vai ser paga pelo consumidor final. Vai impactar, por isso se têm as bandeiras amarela e vermelha. Logicamente, haverá um impacto”, declarou o presidente do grupo Delta.
O custo de geração de energia por gás deve ser bem mais alto do que o preço médio da energia gerada por água, que é de R$ 186,88/MWh, segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Apesar dos custos extras, ele defendeu a geração da usina. Usando termos técnicos, Vianna argumentou que a usina compensa para a cidade.
“O custo da geração à gás normalmente é mais caro que a geração hidrelétrica, mas se a gente considerar que temos custos de déficit, que é o custo da energia não suprida, cerca de R$ 5 mil por megawatt hora, compensa fazer essa geração por termelétrica”.
Segundo Vianna, essa é a primeira usina do país a utilizar o gás. "O gás chega na turbina que aciona o gerador elétrico, que gera energia, que é injetada na rede de energia", explicou.
Para o presidente da Delta, não há previsão de apagão ou risco de racionamento de energia de longo prazo. "O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) está gerenciando os recursos e nós acreditamos que isso vai ter sucesso e nós não teremos nenhum problema de suprimento de energia", disse.