Crise faz consumidores retornarem ao Centro para compra de brinquedos
O Dia das Crianças, comemorado no dia 12 de outubro, é uma importante data para o comércio, porém este ano não deve ser um dos melhores em vendas, já que a intenção de compras aumentou apenas 1% com relação ao ano passado, conforme mostra a pesquisa realizada pela Faculdade Estácio de Sá, de Campo Grande. A atual situação econômica do país influenciou também no comportamento dos consumidores, que voltaram a fazer compras no Centro em busca de preços mais baixos.
De acordo com a pesquisa, 34% dos entrevistados preferem comprar no comércio formal, mesmo com a comodidade que o shopping oferece. Segundo os consumidores, mesmo com problemas para estacionar, o calor e outros fatores negativos do Centro, ainda assim, em época de crise, os preços no comércio formal são mais atrativos.
De acordo com a coordenadora do curso de Administração da Estácio de Sá e responsável pela pesquisa, Yasmin Casagranda, a escolha do local para a compra se reflete nos custos dos presentes, que de acordo com os entrevistados, são menores no comércio do Centro do que nas lojas do shopping. "As pessoas entendem que no comércio formal, os preços dos presentes estão melhores que no shopping e o que a pesquisa mostra, é que a maioria dos consumidores estão abrindo mão da comodidade que o shopping oferece, por um custo menor que existe no Centro", conta.
Para Nubia Regina dos Santos Pinho, 33 anos, assistente de Recursos Humanos, a melhor opção ainda é comprar no Centro. Segundo ela os preços são melhores e a quantidade de lojas dá ao cliente a liberdade de pesquisar e encontrar o melhor preço, pois no shopping as opções de lojas são muito restritas. "Mesmo com acesso fácil ao estacionamento e o ar condicionado, que são uma das comodidades de se comprar no shopping, ainda assim prefiro comprar no Centro, a quantidade de lojas são maiores e não restrito como nos shoppings", conta.
Expectativa - Mesmo com uma procura considerável por presentes, o gerente da loja Planeta Real, localizada na Avenida Afonso Pena, Pedro Francisco Magalhães afirma que até ontem (8), as vendas diminuíram 5% com relação ao mesmo período do ano passado. Porém a expectativa é que elas aumentem nos próximos dias, já que a loja vai abrir normalmente no domingo e na segunda-feira.
"Estamos cautelosos este ano, mas acredito que no final de semana e na segunda-feira, as vendas tenham um aumento de 5%. Se empatar com a quantidade de vendas de 2014 já vai ser lucro para nós", comenta ele que acrescenta ainda que o fluxo de clientes nessa época já era para estar maior, se comparado ao ano passado.
Pedro acredita que este ano é um dos piores para compras devido a crise, que tem feito com que os consumidores recuem e comprem menos. "Os consumidores estão mais contidos para comprar neste ano, acredito que este será um dos piores Dia das Crianças para o comércio".
Presentes - De acordo com a pesquisa, 92,02% dos entrevistados tem a pretensão de comprar presentes nesta data e pretendem gastar, na maioria, de R$ 50 a R$ 200. Os itens de maior destaque como escolha para o presente são brinquedo (60%) e vestuário (24%).
Edicarlos Carvalheiro Matos, 28 anos, leiturista ainda está pesquisando os melhores preços de brinquedos para presentear os três filhos, sendo dois meninos e uma menina. Ele comenta que não tem notado uma diferença muito grande em relação aos preços de um estabelecimento para o outro. "Estou desde o período da manhã pesquisando e provavelmente só vou comprar amanhã", comentou ele que não informou o quanto pretende gastar.
Já a fisioterapeuta Flávia de França Teixeira, 29 anos, pretende gastar no máximo R$ 100 para presentear duas crianças. "Como é uma menina e um menino, vou comprar uma boneca e um carrinho. Mas não pretendo gastar muito, já que ainda tem o aniversário de um deles e o Natal que está próximo. Tem que gastar menos para comprar algo melhor no Natal".
Pesquisa -Conforme dados divulgados, 94% dos entrevistados pretendem pagar suas compras à vista e destes 40% pagarão com débito em conta e 60% pagarão com dinheiro. Dos que pagarão à prazo, 100% optará pelo cartão de crédito.
A pesquisa foi realizada no período de 18 de agosto a 9 de setembro de 2015, pelo curso de Administração em parceria com o Curso de Ciências Contábeis, que ouviu 320 pessoas da cidade de Campo Grande.