Domínio de frigoríficos é tema de audiência nesta segunda na Capital
A concentração do abate de bovinos em três frigoríficos, que respondem por 70% da atividade em Mato Grosso do Sul, será tema de debate nesta segunda-feira, às 20 horas, no Tatersal de Elite, em Campo Grande.
Devem participar do encontro lideranças rurais e parlamentares da bancada federal do Estado.
O primeiro debate sobre o caso foi realizado no último dia 27, na sede do Canal do Boi, na Capital, com transmissão ao vivo e pela internet para todo o País.
Na ocasião, os debatedores, ligados a entidades ruralistas, sinalizaram ir ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e Ministério da Justiça para cobrar investigação sobre o domínio das empresas no abate de bovinos. Até a sugestão de criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Congresso Nacional foi ventilada.
Para o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, a verba de financiamento liberada pelo BNDES não pode asfixiar a pecuária. Além disto, cobrou união dos produtores na discussão.
O “levante” sobre o domínio dos grupos frigoríficos está diretamente relacionado ao avanço do grupo JBS no Estado que, apenas recentemente, arrendou frigorífico no município de Coxim e fez proposta de R$ 268 milhões para adquirir ativos da dívida do Independência, que tem unidades em Nova Andradina e Campo Grande. A decisão sobre a oferta deve sair na terça-feira.
Com isto, segundo ele, o abate de bovinos ficaria praticamente centralizado no JBS e também no grupo Marfrig. “Temos cerca de 50 mil produtores no Estado e podemos ter praticamente dois frigoríficos apenas. Se eles decidirem combinar preços o produtor vai ter que pagar o que eles quiserem. Isto é monopólio. É ditadura”, afirmou, admitindo que a situação pode representar “dias negros” para a pecuária do Estado.