Em ano ruim até para o campo, MS terá a 4ª maior alta no PIB do agronegócio
Em ano em que o PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio brasileiro deve ter alta modesta de 0,7%, a riqueza do setor em Mato Grosso do Sul tende a avançar 2%, a quarta maior variação entre os estados produtores. O baixo resultado é causado, sobretudo, pelo desempenho da agropecuária da região sul, cujo PIB deve encolher 5,4%.
Os números são da empresa de consultoria Tendências e foram publicados no jornal Valor. Conforme o estudo, os estados do Sul, afetados por más condições climáticas, devem terminar o ano com as seguintes retrações no PIB agropecuário: Paraná (-3,5%), Santa Catarina (-2%) e Rio Grande do Sul (-6,6%). A queda geral, de 5,4%, ocorre depois de crescimento de 10,9%.
"O PIB agropecuário no Sul vai ser afetado pela menor safra de milho, o que tende a gerar pressão de custos para o setor granjeiro, já que o grão faz parte da ração de aves e suínos, especialidades da região", disse Felipe Novaes, analista da consultoria.
Em todo o País, o crescimento da riqueza agropecuária foi de 13% no ano passado, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Neste ano, a estimativa é 0,7%, o que indica que o campo não será o indutor do crescimento nacional.
A situação seria ainda mais crítica se não fosse pelos resultados de alguns estados, entre os quais está Mato Grosso do Sul, com avanço projetado de 2%. Entre os principais produtores, as maiores altas esperadas são de Minas Gerais (6,8%), São Paulo (5,8%) e Mato Grosso (2,4%).
Por região, as estimativas de crescimento são de 4,7% no Sudeste, 4,3% no Sul, 2,3% no Norte e 0,6% no Centro-Oeste, que, neste último caso, teve o avanço freado pelas variações a serem apresentadas por Goiás (0%) e Distrito Federal (-0,6%).
Geração de riqueza pelo agronegócio
Governador – Ao falar sobre o assunto nesta semana, o governador Reinaldo Azambuja mencionou as estatísticas oficiais do IBGE, lembrando que a economia de Mato Grosso do Sul saiu, em 2015, da 17ª para a 16ª posição do ranking do PIB.
“Pelo terceiro ano consecutivo teremos safra recorde de grãos. Estamos vendo que no Sul o quadro é diferente, há os problemas climáticos e agora o baque da avicultura, com o embargo de pelo menos 30% da produção de frangos”, disse.
O governador citou, ainda, os avanços nas vendas externas sul-mato-grossenses. “As exportações de soja cresceram mais de 85% no início deste ano. Nossas exportações de carne aumentaram 17%. Não há dúvida que a agropecuária seguirá contribuindo com o fortalecimento da nossa economia”, finalizou Azambuja.