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Economia

Em tempos de gasolina cara, dá para economizar até 60% com gás natural

Liana Feitosa | 16/02/2016 12:08
O autônomo Adelso Nogueira tem caminhonete adaptada para uso de GNV há 7 anos e garante que economiza até 60% por mês com a opção. (Foto: Marcos Ermínio)
O autônomo Adelso Nogueira tem caminhonete adaptada para uso de GNV há 7 anos e garante que economiza até 60% por mês com a opção. (Foto: Marcos Ermínio)

Tem campo-grandense que, todo mês, economiza mais de R$ 100 nos gastos com combustível. Ao invés de pagar de R$ 3,27 a R$ 3,59 no litro da gasolina, por exemplo, encher o tanque com GNV (Gás Natural Veicular) representa economia mensal de 50% a 60%.

Pesquisa elaborada pela Abegás (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado), aponta que o GNV está expressivamente mais vantajoso em 2016 também em relação ao etanol, já que mostra economia de 52% em Mato Grosso do Sul e acima de 50% em outros 16 estados brasileiros.

O autônomo Adelso Nogueira há 7 anos tem uma caminhonete S10 que, quando roda com gasolina, anda 4,5 quilômetros com 1 litro do combustível. Já com GNV, circula 9 quilômetros com 1 m³ (metro cúbico).

"Com isso, eu gasto mais ou menos R$ 40, R$ 42 para encher totalmente o cilindro de gás, ou seja, encher o tanque. Se fosse com gasolina, eu ia gastar uns R$ 180, no mínimo", compara Adelso. "Minha economia é de 50% a 60% todo mês", completa.

Vantagens - Clevani Chea, assim como Adelso, não abre mão do veículo adaptado, que está com ela há 2 anos. Também proprietária de uma caminhonete S10, percorreu, em viagem no final do ano, cerca de 3 mil quilômetros até o litoral brasileiro. Apesar da distância, a conta ficou em R$ 800.

Em relação ao etanol e à gasolina, o GNV representa economia superior à 50%. (Foto: Marcos Ermínio)
Em relação ao etanol e à gasolina, o GNV representa economia superior à 50%. (Foto: Marcos Ermínio)

"Eu chego a percorrer quase 150 quilômetros com 1 cilindro cheio e a média é de 10 a 12 quilômetros por m³", amplia Clevani.

As vantagens não são novidade em Campo Grande, mas há algum tempo a opção deixou de ser febre entre os motoristas. Quando o GNV chegou a Campo Grande, por volta de 2003, cerca de 10 oficinas passaram a trabalhar com a adaptação. Hoje, só duas funcionam com as devidas licenças de operação na Capital, segundo Milton Cézar Lopes, gerente do centro automotivo Sertec, que trabalha no setor.

Investimento - Um dos motivos é o valor da modificação. Para quem deseja fazer a mudança, ou seja, converter o veículo de combustível comum para GNV, o investimento varia de R$ 3,2 mil a R$ 6 mil.

A variação existe porque depende da "geração" do kit de conversão escolhido. A segunda geração, mais antiga, custa a partir de R$ 3,2 mil. A terceira, cerca de R$ 4 mil e, a quinta e mais moderna disponível no mercado, na faixa de R$ 6 mil. Veículos maiores, como caminhonetes, geralmente precisam de kits da geração mais recente para que a conversão não interfira no desempenho do carro.

Mais vantagens - No entanto, para Milton, não é só o valor do investimento que deixa de atrair interessados na adaptação. Faltam incentivos, por parte do poder público, para que mais pessoas se interessem.

"Recentemente recebemos um cliente do Rio de Janeiro que disse que ele recebe um abatimento no IPVA porque o carro dele é à gás. O cliente sabe que vai economizar, mas nem todos animam gastar R$ 6 ou R$ 7 mil para ter um retorno apenas com economia", analisa.

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