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Economia

Empresa nacional deveria ficar com Eldorado, diz presidente do BNDES

Ricardo Campos Jr. | 08/08/2017 09:27
Fábrica de celulose Eldorado em Três Lagoas (Foto: divulgação)
Fábrica de celulose Eldorado em Três Lagoas (Foto: divulgação)

Se depender do presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Paulo Rabello de Castro, a Eldorado seria vendida para uma companhia brasileira. Para ele, a população não ficaria contente com a desnacionalização do capital do país.

"Os brasileiros também não devem ficar tão felizes de haver tanta desnacionalização do capital brasileiro, tão arduamente construído", disse, ponderando que os estrangeiros que vêm ao Brasil para investir são bem-vindos. "Mas, francamente, temos uma certa preferência pelo investidor nacional".

Por enquanto, a companhia chilena Arauco continua à frente nas negociações, embora o contrato de exclusividade de 45 dias tenha expirado. Ao demonstrar interesse na planta localizada em Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande, ela ofereceu R$ 14 bilhões - incluindo a dívida de quase R$ 8 bilhões.

O governo de Mato Grosso do Sul, por outro lado, tem uma opinião diferente do presidente do BNDES. O Executivo considera mais saudável que a fábrica de celulose seja controlada por capital estrangeiro.

A fala de Castro pode ser compreendida ao notar que a BNDESPar, braço de participações do banco estatal, é uma das controladoras da Fibria e acionista da Suzano Papel e Celulose, as duas maiores produtoras mundiais de celulose de eucalipto.

"Fibria e Suzano são duas campeãs que, se adquirirem a Eldorado, vou ficar muito feliz", disse Rabello de Castro, em entrevista ao Valor Econômico durante o 16º Congresso Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo.

Essa foi a primeira vez que o banco de fomento se posicionou publicamente sobre o processo de venda da produtora de celulose da J&F.

Negociações – A Fibria já demonstrou interesse em comprar a Eldorado, mas teria oferecido um valor abaixo do valor pretendido pelos irmãos Batista, donos da J&F que controla a planta de Três Lagoas.

A empresa controlada pelo grupo Votorantim tentou, sem êxito, iniciar as negociações com a J&F, segundo o Valor Econômico. Assim como no caso dos chilenos, o preço seria o motivo de a compra não avançar.

Os grupos asiáticos APP e April também estariam no páreo pela fábrica. Em posicionamento sobre o assunto divulgado pelo Valor, a controladora da Eldorado disse que o processo segue os trâmites normais para transações dessa natureza e disse que as negociações estão em curso com alguns interessados.

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