Justiça bloqueia bens da Eldorado em ação de doleiro preso na Lava-Jato
A Justiça de São Paulo bloqueou bens da indústria de celulose Eldorado Brasil atendendo a um pedido feito pela empresa Viscaya Holding Participações, Intermediações, Cobranças e Serviços. A companhia pertence a Lúcio Funaro, atualmente preso e réu pela Operação Lava Jato.
O doleiro alega ter intermediado a contratação de um empréstimo de R$ 940 milhões para a Eldorado junto ao FI-FGTS (Fundo de Investimentos do FGTS). O montante teria sido usado em obras da empresa em Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande. Pelo serviço foram cobrados R$ 44 milhões, que não teriam sido pagos.
A Eldorado nega intermediação de Funaro junto à Caixa, diz que o contrato nunca foi performado e que não houve a prestação do serviço que motiva o processo.
Segundo informações do Valor Econômico, a decisão foi tomada nessa quarta-feira (2) pela juíza Luciana Bassi de Melo em caráter liminar, atendendo em parte o pedido feito pela companhia.
A empresa do doleiro também requisitou o sequestro de valores da J&F Investimentos, dona da Eldorado, mas na avaliação da magistrada, informações sobre a venda de ativos e a probabilidade de insolvência podem deixar sem respaldo o valor pleiteado.
Em nota, a Eldorado disse desconhecer a decisão e que ainda não havia sido citada no processo de execução movido pela Viscaya. Assim que ela for intimada, afirmou no comunicado, tomará as medidas necessárias para proteger seus direitos.
A J&F atualmente está negociando a venda da Eldorado. A chilena Arauco até o momento detém exclusividade nas negociações, demonstrou interesse em adquirir a planta e está em vias de fechar o negócio.