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Economia

Falta de chuva faz plantio de soja ter o maior atraso em seis anos

Priscilla Peres | 21/10/2014 15:30
Agricultores do Estado já plantaram 120 mil hectares, pelo menos metade terá que ser refeita. (Foto: Famasul)
Agricultores do Estado já plantaram 120 mil hectares, pelo menos metade terá que ser refeita. (Foto: Famasul)

O plantio de soja no Brasil nesta safra 2014/15 é o mais atrasado desde o período de 2008/09. A estiagem no Centro-Oeste e o excesso de chuva no Sul tem atrapalhado o desenvolvimento da planta e em algumas áreas como no Mato Grosso do Sul, será necessário replantar o que já foi feito.

Segundo levantamento feito pela consultoria AgRural e divulgado pela agência de notícias Reuters, atualmente o plantio da soja está em 10% da área destinada a cultura, o índice mais baixo dos últimos cinco anos. Da semana passada para essa, houve aumento de apenas 3 pontos percentuais no na área plantada.

De acordo com o analista em agricultura da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de MS), Leonardo Carlotto, os produtores do Estado estão aguardando uma maior ocorrência de chuvas para fazer o replantio. "Choveu, mas ainda foi pouco e de forma espalhada. Os agricultores estão com medo de replantar e perder novamente", diz.

Desde o dia 20 de setembro, quando começou o período, foram plantados 120 mil hectares em Mato Grosso do Sul, porém a falta de chuva não deixou o grão se desenvolver e os prejuízos podem chegar a R$ 100 milhões. Ao menos metade dessa área terá que ser refeita.

Apesar do atraso, especialistas ainda não alteraram sua previsão de safra recorde, considerando que haverá tempo suficiente para recuperar o atraso da semeadura sem que produtividades da oleaginosa sejam afetadas, conforme a agência de notícias Reuters.

A safra de soja 2014/15 do Brasil, a ser colhida no início do próximo ano, deverá atingir históricas 93,9 milhões de toneladas em condições normais de clima, segundo a mediana de uma pesquisa da Reuters com analistas, corretores e instituições.

De acordo com a AgRural, "além do peso extra do replantio no bolso do produtor, cujas margens já estão apertadas devido à queda dos preços da soja", o atraso na semeadura causa outros dois problemas.

"Um é o estreitamento da janela de plantio da safrinha (segunda safra) e o consequente aumento de seu risco climático, que já têm resultado em melhora das cotações e do volume de negócios no mercado brasileiro de milho. O outro é o alongamento da entressafra da soja, já que praticamente não haverá áreas prontas para colher em janeiro..."

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