Exportações de soja, milho e carne bovina têm forte queda em setembro
O agronegócio teve grande impacto no deficit da Balança Comercial de setembro, com 21,49% de diferença entre exportações e importações segundo dados do Midc (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Apenas o Complexo Soja apresentou retração de mais de 50% em termos de volume e valor no mês passado, em comparação com setembro de 2013.
Conforme os dados do Ministério, em setembro deste ano foram exportados U$S 26,9 milhões de soja, 55,8% a menos que os U$S 61 milhões do mesmo mês de 2013. Apesar da queda, no acumulado do ano, o saldo ainda é positivo em 6%, quando comparado com o mês anterior.
As exportações de milho também caíram consideravelmente em setembro e apresentam retração de 34,59% em valores, caindo de US$ 75,5 milhões em 2013 para US$ 42,8 milhões neste ano. No acumulado do ano o setor tem 52% de redução em comparação ao ano passado.
A gestora econômica do Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária), Adriana Mascarenhas, explica que a queda nas exportações é principalmente influenciada pela safra norte-americana recorde. "Os EUA são ótimos produtores de soja, mas são os principais na safra de milho. A boa produtividade deles impacta diretamente tanto no nosso Estado quanto no país, devido ao volume de grãos no mercado", diz.
Carne - Nem a carne bovina escapou de queda na comercialização para outros países. Segundo dados da Balança Comercial, em setembro foram exportados 10,5 mil toneladas do produto in natura, contra 12,8 mil toneladas no mesmo período de 2013, o que representa retração de 17,77%. Em termos de valores, a queda é de 9,29%.
No acumulado do ano, o setor também apresenta queda de 14% em volume e de 19% em valor. "O consumo está aquecido, mas tivemos uma redução na oferta. Apesar disso a expectativa é boa, pois a arroba está valorizada com o preço em alta e se o câmbio nos ajudar continuando em elevação, poderemos reverter esse cenário", destaca Adriana.
O mercado de suínos também apresentou queda em setembro, com retração de 3,1% em termos de volume, porém em valores houve aumento de 19%. "Isso significa que o valor está melhor que o ano passado. Além disso, a Ucrânia que é o principal comprador dessa carne, dentre os cinco principais importadores é quem paga o melhor preço", afirma a gestora econômica.
Em contrapartida o setor de aves teve crescimento de 42,4% no volume e de 53,3% no valor exportado, em setembro. No acumulado do ano, o segmento tem números ainda melhores, com crescimento de 17% em volume e 14,16% em valor. "O mercado externo está extremamente aquecido, isso tem trazido resultados bastantes positivos para o Brasil e Estado".