Fracassa venda de fábrica de fertilizantes de MS a grupo russo
Petrobras alegou que estrangeiros mudaram plano de negócios, o que inviabilizou continuidade da transação
A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (28) que não será concluído o processo de venda da UFN-III (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III), em Três Lagoas - cidade da região leste de Mato Grosso do Sul a 327 km de Campo Grande -, ao grupo russo Acron.
A estatal alega, em comunicado ao mercado, que os estrangeiros substituíram o plano de negócios, “impossibilitando determinadas aprovações governamentais que eram necessárias para a continuidade da transação”.
A operação com o grupo Acron está sendo encerrada e já está sendo elaborado um novo processo de venda. A previsão é que o lançamento ocorra até o início de junho.
“A Petrobras reforça o seu compromisso com a ampla transparência de seus projetos de desinvestimento e de gestão de seu portfólio e informa que as etapas subsequentes do projeto serão divulgadas de acordo com a Sistemática de Desinvestimentos da companhia”, finaliza a nota.
Entenda - A UFN3 teve a obra paralisada em dezembro de 2014, após a Petrobras romper o contrato com o consórcio responsável pela construção da fábrica que, na época, já havia consumido mais e R$ 3 bilhões.
A estatal colocou a UFN3 à venda em setembro de 2017, alegando que não tinha mais interesse. A empresa da Rússia manifestou interesse na compra da fábrica, mas depois desistiu diante do empecilho para o fornecimento do gás natural, que viria da Bolívia.
Em fevereiro deste ano, durante agenda em Três Lagoas, a então ministra da Agricultura, Tereza Cristina, anunciou a venda da fábrica. "Acabamos de receber a notícia que a Petrobras concluiu a venda da UFN3 para a Acron e já estamos avançando com o complemento dos entendimentos com o governador Reinaldo Azambuja", disse.
Por sua vez, o tucano destacou a importância do empreendimento. "É de extrema importância para o Mato Grosso do Sul, tanto para recuperação da economia do município como para a autossuficiência que a fábrica poderá trazer em fertilizantes, dado que nosso Estado é dependente altamente deste insumo", ressaltou o governador.
Retomada, a UFN3 vai contribuir para redução da importação de fertilizantes. Atualmente, em média, cerca de 85% dos fertilizantes usados no Brasil são importados. A meta do governo federal é reduzir a importação em torno de 60% do insumo.