Governador decreta amanhã situação de emergência no Pantanal
O governador André Puccinelli decreta amanhã situação de emergência na região pantaneira de Corumbá. O decreto estadual deve ser publicado na edição de quarta-feira do Diário Oficial do Estado, com entrada imediata em vigor e prazo de validade de 90 dias.
Com o decreto de situação de emergência, os produtores rurais podem buscar respaldo para recuperação dos prejuízos com as cheias.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Raphael Domingos Lombardi Kassar, a notícia trouxe ânimo aos pecuaristas. Além disso, há um temor de que as inundações possam aumentar, por conta do ritmo de subida do nível dos rios da região.
A partir da publicação do decreto de situação de emergência, o governo do Estado vai juntar o laudo da Embrapa – que aponta perdas de R$ 190 milhões da pecuária pantaneira por conta da cheia, e encaminhar o estudo para o Ministério da Integração Nacional.
O documento a ser elaborado pelas autoridades mostra que as chuvas ultrapassaram 450 milímetros e elevou o nível dos rios Paraguai, Miranda, Aquidauana, Taquari, Abobral e Nabileque.
A cheia dos rios provocou a diminuição das áreas de pastagem, levando a perda de peso e até morte de animais. “Durante o decreto de emergência, a dívida fica congelada, isso já nos ajuda muito”, afirma Kassar.
O presidente do sindicato rural afirmou um cenário contraditório: até a primeira quinzena de janeiro, muitos produtores rurais faziam poços para captar água; em seguida, viveram um intenso período de chuvas; e em três meses, começará o inverno.
“A gente teme pelo animal debilitado, emagrecido pela estiagem até o início do ano, agora passando por essa chuva intensa, e depois enfrentando um inverno”, explica o pecuarista.
O decreto de emergência aponta o impacto atual já verificado do desastre, objetivando mostrar a existência de danos a humanos e econômicos, para solicitar que a situação seja homologada pelo Ministério.