Greve dos bancários completa 24 dias e já é a maior dos últimos 11 anos
A greve dos bancários completa nesta quinta-feira (29) 24 dias, sendo a maior desde 2004, quando a categoria paralisou as atividade por 30 dias, de acordo com o Comando Nacional. Ainda não há previsão para a paralisação terminar, e a greve deste ano já começa a gerar prejuízo aos bancos, já que nenhuma transação está sendo realizada.
Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e Comando Nacional não chegaram a nenhum acordo ainda, sendo que a federação propôs ontem (28) um reajuste abaixo da inflação, ou seja, 7,7% mais abono de R$ 3,5 mil, negado pela categoria.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande e região, Edvaldo Barros, a única diferença na proposta feita pela Fenaban na reunião de ontem, foi querer aumentar R$ 200 no abono. "No dia 15 de setembro, a federação ofereceu reajuste de 7% e abono de R$ 3,3 mil e agora aumentou só o abono. Não tem como aceitar uma proposta dessa, porque o índice de reajuste não chega nem perto da inflação, que é de 9,5%", alega.
Barros informa ainda que a greve pode estar dando prejuízo aos bancos, com tantos dias de atividades paralisadas. "Não sei dizer o tamanho do prejuízo, mas com a economia fraca e sem realizar nenhuma transação bancária, com certeza isso gera perdas".
Para finalizar, o presidente diz que diversas categorias tiveram reajuste acima da inflação neste ano e o setor que mais lucra, que são os bancos, não quer reajustar os salários dos funcionários. "A responsabilidade da greve é da Fenaban que representa os bancos. O Comando Nacional está aberto para negociar, mas a proposta tem que ser justa para a greve acabar", afirma.
Em Campo Grande e região, 151 unidades bancárias estão sem atendimento, o que representa 94,4% das 160 agências existentes em greve.
Ontem aconteceu a 10º rodada de negociação entre a Fenaban e o Comando Nacional, sendo que os bancos apresentaram um modelo de proposta para 2 anos. Para 2016, a Fenaban insistiu no 7% de reajuste para 2017, reposição da inflação, mais 0,5% de aumento real, mais a proposta foi rejeitada pela categoria.