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Economia

Incubadoras públicas auxiliam famílias a sobreviver no mercado de trabalho

Viviane Oliveira | 28/06/2015 10:23
Depois de perder tudo o que tinha com a falência da empresa no ramo de construção civil, Eva e o marido, José, entraram para o ramo da agricultura. (Foto: Marcelo Calazans)
Depois de perder tudo o que tinha com a falência da empresa no ramo de construção civil, Eva e o marido, José, entraram para o ramo da agricultura. (Foto: Marcelo Calazans)
Mirian, a coordenadora da ITCP-UFMS, conta que tem ficado satisfeita com os resultados do programa. (Foto: Marcelo Calazans)
Mirian, a coordenadora da ITCP-UFMS, conta que tem ficado satisfeita com os resultados do programa. (Foto: Marcelo Calazans)

Incubadoras de universidades públicas auxiliam famílias que vivem da agricultura e pequenos empreendedores, a sobreviverem no mundo dos negócios. No campo, a ajuda é para aqueles que têm o produto mas não sabem como comercializar em grande escala. Em outros ramos, como de informática, os empresários são auxiliados com apoio logístico e administrativo.

A ITCP-UFMS (Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em Campo Grande, por exemplo, criada em 2009, já colocou no mercado 43 famílias de assentamentos, em Naviraí, distante 366 quilômetros de Campo Grande.

Na cidade, um dos grupos auxiliados pelo programa, trabalha na criação de frangos caipira, produto que hoje disputa lugar em grandes supermercados da cidade. Atualmente, o projeto trabalha com 1.800 famílias distribuídas em sete municípios.

Durante o período de incubação, os assentados fazem capacitações, se organizam em associações e cooperativas, depois passam a produzir os alimentos que são vendidos para o Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar, Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), feiras e supermercados.

A coordenadora da ITCP, Mirian Coura, explica que o programa conta com uma equipe de profissionais de economistas, agrônomos, veterinários, administradores que auxiliam as famílias durante todo o processo de incubação. “A gente entra com uma equipe técnica e o governo com as políticas públicas. O projeto muda conforme a realidade local de cada grupo”, diz.

Hoje, o programa oferece também um espaço na UMFS, onde grupos encubados têm a oportunidade de vender todas as terças-feiras os produtos. “O próximo passo, já para o ano que vem, será a criação do Mercado Solidário, onde a feira terá um local permanente na universidade”, garante Mirian.

Por enquanto, a feira funciona toda as terças-feira no corredor da  UFMS, mas logo terá lugar fixo na instituição. (Foto: Marcelo Calazans)
Por enquanto, a feira funciona toda as terças-feira no corredor da UFMS, mas logo terá lugar fixo na instituição. (Foto: Marcelo Calazans)

Nova vida - Depois de perder tudo o que tinha com a falência da empresa no ramo de construção civil na Capital, Eva da Silva Andrade, 60 anos, e o marido, José, 62, entraram para o ramo da agricultura. Há 8 anos os dois se mudaram para Jaraguari e começaram a plantar em uma área de 5,5 hectares, mas não conseguiam sobreviver só com a venda dos produtos.

“A independência financeira veio depois de entrar para o programa de incubação. Agora, me sinto realizada”, comemora Eva. O casal junto com os filhos e netos plantam e comercializam milho, limão, tomatinho, pamonha, couve, abobrinha, alface, banana, poncã, batata doce entre outros. Além do casal participar da feira da UFMS, os produtos são distribuídos no comércio local e prefeitura, que compra os legumes do programa para serem utilizados na merenda escolar.

Neimar Mariano, da DouraSoft, começou sozinho e hoje tem dez funcionário na equipe. (Foto: divulgação)
Neimar Mariano, da DouraSoft, começou sozinho e hoje tem dez funcionário na equipe. (Foto: divulgação)

Incubadora da UEMS - Com duas encubadoras, Fênix e Elos, a UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso Sul), em Dourados, também ajuda empresas, cooperativas recém-criadas a sobreviver durante os primeiros anos de “vida”. Desde a sua criação em 2010, a Fênix já graduou 10 empresas, de acordo com a gestora Janete Soares.

As empresas passam por três estágios durante 2 anos e meio até estar pronta para sobreviver no mercado de forma competitiva. “Atualmente, estamos com cinco empresas pré incubadas, depois que passa o prazo de incubação a gente continua acompanhando, mas de longe. A gente é como uma mãe, que puxa a orelha quando precisa ”, explica Janete.

A pessoa que quer empreender, principalmente colocar no mercado um produto novo, tem que ter paciência e enfrentar as dificuldades. Foi assim, com calma e muita garra, que o empresário Neimar Mariano de Arruda, 34 anos, iniciou a empresa DouraSoft, em Dourados, formalizada em 2009. “Em 2008 eu tinha a empresa no papel. O auxilio da incubadora fez toda a diferença no processo de formalização.

A empresa de Neimar, que trabalha com desenvolvimento de site, aplicativos online, mobile e aplicativos para casa lotérica, tem clientes em todo o País. O empresário começou sozinho e hoje tem 10 funcionários na equipe. “A empresa é referência na criação de sofware para gestão de casa lotérica e a perspectiva é de crescer ainda mais no ramo”, comemora.

A incubadora Fênix está com edital aberto para selecionar empreendimentos inovadores. Quem quiser concorrer pode fazer a inscrição pelo site: www.uems.br\fenix ou pelo telefone 67 3902-2421. Já quem é do ramo da agricultura e ficou interessado no ITCP-UFMS pode entrar em contato com a coordenadora pelo e-mail: miriam.coura@ufms.br .

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