Juros salgados derrubam em 21% venda de motos novas em MS
No total, foram vendidas 1.733 unidades a menos no primeiro semestre deste ano
A queda nas vendas de motocicletas impactou o mercado de veículos de Mato Grosso do Sul neste ano. Dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), divulgados nesta terça-feira (dia 04), mostram que a comercialização de motos recuou 21,4% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2016. No total, as vendas caíram 4,42% nesse comparativo.
Conforme o levantamento, foram vendidos, de janeiro a junho deste ano, 22.925 veículos zero quilômetro em Mato Grosso do Sul. Foram 1.061 unidades a menos que o acumulado em iguais meses de 2016 (23.986).
De todos os segmentos, o de moto foi o único que apresentou variação negativa nas vendas. Foram comercializadas, no primeiro semestre deste ano, 6.365 motos, 1.733 a menos que as 8.098 vendidas de janeiro a junho do ano passado.
Problema não estaria no varejo e sim nos bancos. Gerente de uma concessionária em Campo Grande, Arlei Teixeira, afirma que a procura caiu, mas não de modo acentuado. O vilão das vendas é, segundo ele, o crédito restrito. O gerente estima que o índice de aprovação pelos bancos seja aproximadamente de 20%.
Além de aprovar número reduzido de financiamentos, as instituições também deixaram mais salgadas as taxas de juros. No caso de motos, Arlei nota que chega a 2,40% ao mês.
O Banco Central informa índice ainda maior – de acordo com a entidade, a taxa de juros para compra de veículos atinge 4,48% ao mês ou 69% ao ano. Ou seja, o juro mensal está nos mesmos patamares da inflação acumulada em um ano.
Outros – Os demais segmentos apresentam altas, mas com variações modestas, com exceção de ônibus (disparada de 161,54%) e de implemento rodoviário (43,17%).
A venda de ônibus foi impulsionada pela compra de 91 veículos pelo Consócio Guaicurus neste ano. No total, foram comercializados 170 ônibus novos neste ano no Estado de janeiro a junho contra 65 em igual período de 2016.
Em se tratando de implementos rodoviarios, as vendas aumentaram de 366 para 524 unidades.
Quanto a outros tipos de veículos, a comercialização de carros cresceu 2,57% (de 14.070 para 14.432), e a de caminhão, 1,01% (de 395 para 399).