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Economia

Justiça paga funcionários de fábrica, mas fornecedores protestam

Priscilla Peres | 19/12/2014 10:52
A Juíza Daniela atendeu ontem a demanda dos trabalhadores.  (Foto: Ricardo Ojeda)
A Juíza Daniela atendeu ontem a demanda dos trabalhadores. (Foto: Ricardo Ojeda)

O consórcio UFN 3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados) e a Petrobras repassaram R$ 32 milhões à Justiça do Trabalho, para que seja feito o pagamento de 2.891 trabalhadores que atuavam na obra da indústria em Três Lagoas - distante 338 km de Campo Grande. O depósito será feito direto em conta bancária dos funcionários.

Na semana passada, a Petrobras rescindiu o contrato com o consórcio formado pelas empresas Galvão Engenharia S/A e Sinopec Petroleum do Brasil LTDA, após centenas de trabalhadores e fornecedores alegarem não estar sendo pagos. Os escândalos por falta de pagamento foram uma constante durante o período de obra da fábrica de fertilizantes.

Na noite de ontem, a juíza do Trabalho Substituta, Daniela Rocha Peruca, foi informada sobre o bloqueio dos bens e junto do Sintiespav (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil Pesada), iniciou o processo de alvarás para envio à Caixa Econômica Federal, que fará os pagamentos.

Uma lista com nome, conta bancária e valor da dívida foi feita pelo sindicato e repassada à Justiça. O consórcio deve salários atrasados e a rescisão, da maioria dos funcionários. Para o presidente do Sintiespav, Nivaldo da Silva Moreira, com esse problema resolvido a preocupação se volta para os que continuam trabalhando nas obras.

"Cerca de 700 funcionários continuam contratados, mas agora sem o consórcio, a obra está parada e vamos acompanhar a situação deles para saber se os salários serão pagos em dia, além das condições de moradia", afirma.

Rescisão - A Petrobras informou hoje que rescindiu o contrato para construção e montagem da UFN 3 por descumprimento do contrato por parte do Consórcio. Em nota ainda afirmou, que "está em dia com todos os pagamentos e compromissos previstos no contrato. A companhia está atenta às consequências da inadimplência do Consórcio UFN3 com trabalhadores e fornecedores e está tomando todas as medidas ao seu alcance para que o consórcio cumpra com suas obrigações legais"

As obras de construção da UFN III encontram-se 82% concluídas e a Petrobras informou que já está refazendo o cronograma visando garantir a conclusão do empreendimento no menor prazo possível. A unidade  produzirá anualmente 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil de toneladas de amônia. A Unidade de Fertilizantes atenderá preferencialmente os mercados dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e Paraná.

Fornecedores - Terminou a "guerra" com trabalhadores, mas as dívidas do consórcio continuam gerando dor de cabeça em Três Lagoas. Nessa manhã, um grupo de fornecedores fazem um protesto em frente a fábrica devido a falta de pagamento. Eles alegam que a dívida soma R$ 12 milhões.

Em entrevista ao site Perfil News, o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Três Lagoas, Atílio D’Agosto, afirmou que na segunda-feira (22), irá acompanhar a prefeita Márcia Moura em sua viagem ao Rio de Janeiro, com propósito de dialogar com a diretoria da Petrobrás sobre a dívida.

Inicialmente, a reunião também serviria para solucionar o problema do descumprimento dos pagamentos aos trabalhadores demitidos da UFN3, que estavam sem receber, mas que a Justiça Trabalhista resolveu.

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