Mesmo com queda em agosto, preço da arroba é 52% maior em relação a 2013
Em alta desde o fim do ano passado, a cotação da arroba do boi começou a cair desde o início de julho quando registrou R$ 135,62 na região sul de Mato Grosso do Sul. Em agosto, a arroba custa R$ 134,1 na região sul e R$ 132,53 no centro, registrando queda de 1,54% de um mês para outro, de acordo com a Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul).
Se comparado aos primeiros seis meses deste ano com agosto, quando o preço estava R$ 139, a queda é de 4,6%, porém, em relação ao mesmo período do ano passado, a arroba está 21,8% maior.
Quem afirma isso é a analista técnica da Famasul, Adriana Mascarenhas. "Mesmo mostrando queda, o valor da arroba está bem maior que no ano passado e se for comparar com os últimos dois anos, a variação é 52% maior em 2015", comenta.
Conforme Adriana, os motivos de estar registrando valores menores em julho e agosto, deve-se ao baixo consumo do mercado interno e externo. "Sabemos que as ofertas do boi continuam restritas, pois houve retração no abate, porém na ponta compradora, os mercados estão desaquecidos, devido a recessão que o mundo está vivendo", explica.
Rússia e Venezuela, principais compradores da carne bovina brasileira, estão com problemas econômicos, pois houve queda no preço do petróleo, segundo a analista. "No mercado interno, há possibilidade de aquecer a demanda a longo prazo porque não tem previsão da economia brasileira melhorar. Em relação ao mercado internacional, quando conseguirmos efetivar as vendas para China e Estados Unidos, vamos aumentar os volumes de vendas", ressalta.
Pecuarista – Para o criador Jonathan Barbosa, a tendência é de recuperação no valor da arroba a partir de outubro. Ele comenta que estava vendo os boi com valor de R$ 140 no começo deste ano, e agora, negocia a R$ 136. "O dólar tem subido muito e como dependemos do câmbio, o valor recua, mas como estamos em uma entre safra, a tendência é de melhoria", explica.
Segundo Barbosa, outro fator que tem contribuído para o preço cair, é o baixo consumo do mercado interno. "As pessoas estão deixando de comer carne vermelha por causada crise econômica e estão optando por outros tipos de carne. A queda do consumo interno foi de 30% e isso reflete diretamente nas negociações dos pecuaristas", comenta.
