MPE investiga calote de R$ 30 mi da Petrobras em fornecedoras de obras de MS
O MPE (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) abriu inquérito para apurar a responsabilidade da Petrobras quanto a inadimplência à vários empresários do município de Três Lagoas, a 338 quilômetros da Capital. A dívida é estimada em R$ 30 milhões.
O procedimento foi instaurado pela Promotora Ana Cristina Carneiro Dias, titular da 4ª Promotoria de Justiça da Comarca de Três Lagoas, a pedido da Faems (Federação das Associações Empresariais do Estado) e da ACI (Associação Comercial e Industrial de Três Lagoas).
A empresa vem enfrentando problemas, principalmente quanto ao andamento da obra da UFN 3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados) em Três Lagoas. Nesta semana a estatal incluiu o empreendimento, parado desde novembro, na lista de projetos postergados "por extenso período".
Conforme matéria publicada pelo Estadão, as notas explicativas divulgadas pela Petrobras ontem, revelam que a UFN 3 foi excluída do teste de "impairment" realizado para determinar o valor recuperável dos ativos no fim de 2014.Também entraram nesta lista, a refinaria Abreu e Lima e o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
As informações sobre o projeto postergado são limitadas no relatório e a decisão é explicada pelo histórico do projeto. Isso porque, em novembro a estatal rescindiu contrato com o consórcio contratado para realizar as obras, por descumprimento de contrato. Milhares de funcionários recorreram judicialmente, para conseguir seus direitos rescisórios.
Outras dezenas de empresas fornecedoras das obras, aguardam o pagamento de seus contratos até hoje, dívida estimada em R$ 30 milhões. O consórcio contratado era formado pela empresa chinesa Sinopec e a Galvão Engenharia, investigada na Operação Lava Jato.
No documento divulgado, ainda conforme reportagem do Estadão, a estatal não cita as perdas com o projeto que teve o cronograma prorrogado. A obra está com 82% concluída e avaliada em R$ 3 bilhões.
Governador - Otimista o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) afirmou que "tem certeza" de que a estatal vai retomar o projeto. "Os adubos nitrogenados tem muita demanda em MS e no Centro-Oeste. Não tenho dúvida de que irão retomar as obras", comentou durante lançamento da safra de cana-de-açúcar, em Angélica.
Ele ainda explica que já participou de duas reuniões com a diretoria da estatal, que está buscando empresas para terminar a obra, e acredita que eles irão conseguir devido a visibilidade do empreendimento. "A Pretrobras está passando por um momento de turbulência, mas retomado o ritmo dos investimentos, eles vão votar a tocar a obra".