“Ninguém aguenta”, dizem motoristas após novo reajuste da gasolina
Esse é o terceiro reajuste no combusível do ano que já soma uma alta de 22% desde janeiro
O novo aumento no preço da gasolina de 8% nas refinarias começou a ser aplicado nesta terça-feira (9), com isso o combustível passa a ser vendido por R$ 2,25, alta de R$ 0,17 no entanto nas bombas o preço ainda não foi reajustado, mas para os motoristas subir mais uma vez o combustível é “abusivo”.
De acordo com o chefe de pista, de um posto de combustíveis na Avenida Guaicurus, Gean Helio Ventura, 27 anos, o aumento ainda não chegou na bomba porque o estoque ainda é antigo, porém o reajuste é inevitável para manter o equilíbrio nos lucros,
“Estamos com o estoque antigo por isso estamos segurando o preço, mas quando chegar a nova gasolina seremos obrigados a subir senão não temos margem para os pagamentos dos funcionários e as contas do posto”, disse Gean.
Mas para quem é cliente o aumento já espanta, principalmente por ser o terceiro reajuste de 2021 somando 22% de alta no combustível desde o início do ano. Para Sonia Gonçalves, 52 anos, a opção tem sido andar de moto para economizar.
“Como subiu umas três vezes estou optando por andar de moto. É mais econômica. Com R$ 10 encho o tanque e ando a semana inteira. Acho essa alta uma falta de respeito, principalmente para quem trabalha com aplicativo. Como vão sobreviver? Já tinham aumentado para que subir novamente?”, questiona a dona de casa.
Já o aposentado, Elias Garcia, 69 anos, foi abastecer o seu Corsa Classic e os R$ 20 não mexeram nem o ponteiro. Com o valor foram colocados aproximadamente 4 litros de gasolina que daria para uma ida ao Centro da cidade.
“Com R$ 280 encho o tanque. Hoje coloquei R$ 20, uma ida ao Centro já acaba. Está muito caro, Deus me livre. Cada dia que passa o preço vai lá pra cima. Povo fala em abaixar e não faz nada. Toda vez que volta no posto tá um preço diferente”, desabafou Elias.
Tentando voltar para casa em Dourados a 225 km de Campo Grande, o motorista, Rafael Ferreira, 34 anos, conseguiu completar o tanque com R$ 90, mas para ele os aumentos no combustível não tem sido nada agradáveis.
“Ninguém aguenta desse jeito. Cada vez que abastece é um preço. Só aumenta não abaixa. Isso é péssimo. Tudo aumentando. Tem que chegar em um acordo e abaixar ou pelo menos estabilizar, não dá para ficar subindo direto.
A equipe de reportagem fez uma ronda em alguns postos de combustíveis da Capital, e o preço mais em conta encontrado foi de R$ 4,84 e o mais alto foi de R$ 4,95.