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Economia

Obra de fábrica de R$ 8 bilhões atrasa mais de um ano e começa em 2015

Aline dos Santos | 12/01/2015 13:24
Com economia baseada no boi, Rio Pardo vai migrar para celulose. (Foto: Reprodução)
Com economia baseada no boi, Rio Pardo vai migrar para celulose. (Foto: Reprodução)

Com atraso de mais de um ano, as obras da terceira indústria de papel e celulose de Mato Grosso do Sul, devem começar no segundo semestre de 2015 em Ribas do Rio Pardo, a 103 quilômetros de Campo Grande. O empreendimento, com investimento de R$ 8 bilhões, foi anunciado em 8 de outubro de 2013. Na ocasião, o então governador André Puccinelli (PMDB) disse que a construção começaria em junho de 2014.

“Eles não nos deram uma previsão exata, mas é a partir do segundo semestre. No pico da construção, devem ser oito mil trabalhadores”, afirma a secretária municipal de Indústria, Comércio e Turismo, Marlene Guarda. Segundo ela, foi montado um escritório e há boa parte do eucalipto plantado.

A indústria - que projeta a região Leste na produção do “ouro branco” , num eixo que vai de Ribas do Rio Pardo a Três Lagoas, já consagrada capital da celulose - é da CRPE (Celulose Rio Pardense e Energia) Holding. Com capital social de R$ 65 milhões, a empresa foi criada em 24 de maio de 2013, conduzido pelo BTG Pactual.

Conforme o estudo de impacto ambiental, a principal atividade da nova unidade industrial, na BR-262, é a produção celulose branqueada, com volume de 2.200.000 toneladas por ano. A unidade utilizará como matéria-prima básica toras de eucalipto (8 milhões de metros cúbicos por ano) fornecida pela empresa Eucalipto Brasil da Holding CRPE, além de diversos insumos químicos.

Somente o investimento industrial será de R$ 4 bilhões. Quando entrar em atividade, deve gerar 1.300 empregos. No documento, o prazo previsto de conclusão é de 36 meses. Ribas do Rio Pardo, com área 1,7 milhão de hectares, é um dos maiores municípios do País em extensão territorial e está com a economia, baseada na pecuária, estagnada

Manejo - A CRPE divulgou hoje que recebeu autorização ambiental do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) para manejo da fauna silvestre e levantamento da ictiofauna. No ano passado, a empresa obteve licença de instalação. A autorização, divulgada hoje no Diário Oficial do Estado, é decorrente da licença.

Briga - O grupo J&F Participações, controlador da Eldorado Celulose, foi ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para impedir a abertura da empresa em Ribas do Rio Pardo. No entanto, em abril do ano passado foi negada medida cautelar.

O J&F alega que o ex-sócio, Márcio Celso Lopes, que faz parte da CRPE Holding, responsável pelo investimento na fábrica de celulose, assinou um termo de não concorrência por 10 anos quando vendeu a participação na Eldorado, há dois anos.

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