Preço cai na refinaria, mas queda na gasolina não chega às bombas da Capital
Petrobras reduziu preço, mas impacto deve chegar nos postos de forma "gradativa" em cerca de três dias
Pela primeira vez no ano, o preço da gasolina da Petrobras vendida às refinarias está mais barato – o valor médio do litro vai de R$ 4,06 para R$ 3,86 – mas o impacto nas bombas ainda não veio, nos postos de Campo Grande.
Auto Posto entre a Avenida Calógeras e a Rua Maracaju continua com preço de R$ 5,29, desde 12 de julho. Posto na esquina da Calógeras com a Rua 26 de Agosto cobra R$ 5,45 e há pouco mais de uma semana.
Posto Royal Fic na Avenida Costa e Silva tem mesmo valor de ontem, R$ 5,39, enquanto unidade da Rede Bonatto, na rotatória da mesma avenida, mantém preço de R$ 5,39 há 15 dias.
Na Avenida Fernando Corrêa da Costa, com a Rua 14 de Julho, o Alloy Auto Posto I precifica a R$ 5,35 há sete dias e dois outros postos da Avenida Costa e Silva cobram R$ 5,37 há mais de uma semana.
Raul Galina, de 53 anos, opina que a redução deveria aparecer nas bombas. "Se baixou, já tinha que estar nas bombas. Os estoques que já tem, eles sempre vendem mais caro e compram mais barato".
O motoentregador Gabriel Uveda, de 22 anos, que depende diretamente do combustível para trabalhar, está na expectativa de reduzir o valor do produto. "Quando aumenta nas refinarias, é no mesmo dia para o consumidor, mas quando é pra baixar, demoram. Vamos ver em quanto tempo vai chegar nas bombas. Eles visam mais o lucro."
De acordo com o diretor-executivo do Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes) de Mato Grosso do Sul, Edson Lazarotto, o preço deve reduzir, em média, em até três dias, de forma gradativa. Segundo ele, a estimativa é que o produto fique cerca de R$ 0,14 mais barato.
Gradativamente, como foi a queda dos impostos. O mercado é livre, não é o Sindicato que determina nada sobre preços. O próprio mercado se regula e demora em média de dois a três dias, dependendo de suas novas compras [de combustível]", diz Lazarotto.
Na bomba, a redução já ocorre há algumas semanas, em diferentes partes do Brasil. Vários fatores fazem com que o preço apresente redução, tais como queda no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), redução e congelamento da pauta fiscal, bem como redução a zero de impostos federais.
Conforme apurado pela reportagem, o valor médio cobrado em território estadual é o menor desde maio de 2021.
Os preços de venda de combustíveis às refinarias pela Petrobras são um dos fatores de composição do preço final dos combustíveis, junto com impostos e fatia de distribuidoras e revendedores.
O repasse dessa queda para o consumidor final, no entanto, não é automático, já que os postos de gasolina são livres para definirem preços cobrados. Conforme levantamento feito pelo Campo Grande News, baseado em dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), média passou de R$ 6,60 para R$ 5,58 o litro, entre o começo de julho e esta semana.