Preço do queijo dispara deixando chipa e pizza bem mais "salgadas" na Capital
Queijo curado, por exemplo, ingrediente indispensável para a produção de chipas, subiu 180%
A alta de 25,46% no preço do leite longa vida e de 14,06% em leites e derivados pressionou o grupo de alimentos e bebidas no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que ficou 1,30% mais caro no mês, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar da deflação de 0,68% em julho, o levantamento mostra que a elevação no preço do leite pesou - e ainda está pesando - no bolso do consumidor. Em Campo Grande, esses valores acabam impactando no custo de produção de algumas tradições, como pizzas do fim de semana e até a chipa diária.
O quilo da mussarela é encontrado por R$ 59,90 na Capital. O parmesão, bastante apreciado como complemento de massas, chega a custar R$ 122 o quilo. Ou seja, um pedacinho de apenas 245 gramas de parmesão está valendo R$ 29,90. No caso do queijo curado, ingrediente indispensável para a produção de chipas, custava R$ 20,00 o quilo e hoje está R$ 56,90, aumento de 180%.
Dificuldade - A empresária Rozanna Moreira de Oliveira, da Divina Chiparia, conta que até consegue negociar um preço um pouco melhor direto com o produtor, “porém algumas vezes temos que ir até a fazenda buscar”, detalha.
“Estamos acostumados com a redução na produção dos queijos nessa época do ano, principalmente devido à seca e frio, porém este ano está sendo diferente porque aumentou muito o preço. Podemos notar também que diminuiu a produção dos queijos, pois na maioria das vezes são feitos de maneira artesanal, e hoje fica muito mais fácil vender o leite aos laticínios. Está difícil achar queijos para comprar”, relata Rozanna. Há 4 anos ela vendia as chipas a R$ 1. Agora, custam R$ 2,50. No entanto, há possibilidade de que suba um pouco em alguns dias.
Na Jerônimo´s Chiparia, a proprietária Kátia Laura Almeida também precisou adequar o valor do salgado devido à inflação e hoje vende a chipa tradicional, aquela em formato de ferradura, por R$ 2. A última alteração feita no preço do produto, de acordo com Kátia, foi há cerca de 3 meses, justamente por causa dos aumentos “de tudo”.
Com os mais recentes aumentos no preço do leite e derivados, ela ainda analisa a realidade. “Ainda vamos ver como vamos fazer, mas como todos os nossos produtos são artesanais, a gente acaba tendo que ajustar preços. Apesar disso, nossos clientes não deixam de comprar com a gente porque sabem que a qualidade não muda, não mexemos na receita, nem na qualidade dos itens que usamos, essa é uma prioridade para nós”, detalha Kátia.
Ela ainda conta que alguns estabelecimentos acabam optando por usar essência de queijo para poder diminuir a quantidade de queijo usado na elaboração da chipa, e isso acaba barateando custos, segurando aumento de preço para o consumidor final.
Pizzas estão “salgadas” - Os aumentos também impactam o preço das pizzas. Na Pizzaria Domino's, a pizza grande de 4 queijos agora custa R$ 79,90, antes, era R$ 69,90.
“Quase todos os sabores precisaram ser alterados porque todas vão queijo. Por enquanto os clientes não estão reclamando, não. Graças a Deus a venda não diminuiu, ainda mais agora com esse tempo, o povo pede bastante porque combina com o frio. Mas o dono que faz a compra já reclamou e pediu para a gente ‘maneirar a mão’ porque está muito caro. Tem uma medida padrão e a gente segue isso, só coloca a mais se pagar for pago adicional”, compartilha a gerente Ana Carolina Silva, 26 anos.
Na Pizzaria Maná, há cerca de 2 meses os preços subiram. “Foi preciso subir R$ 5,00 em todas as pizzas. No começo é meio difícil para os clientes entenderem, até se acostumarem, mas todos entendem”, conta a gerente Mirella.