Projeto de porto seco avança em Três Lagoas com parecer da Receita Federal
Estrutura prevista é de aproximadamente 100.000 m², com área doada pela prefeitura
Por Ângela Kempfer | 19/03/2024 14:18
Nota Técnica da Receita Federal fortalece a ideia de criar um porto seco em Três Lagoas, projeto em estudo há sete anos. O estudo verificou a viabilidade técnica e econômica para instalação de uma Eadi (Estação Aduaneira do Interior), para receber cargas importadas ou para exportação.
Durante a análise, ficou constatada a movimentação de US$ 2,517 bilhões de 2018 a 2023, o que, segundo o Governo do Estado, representa cerca de 32,5% das importações sul-mato-grossenses.
Só com as "exportações realizadas no período de 2018 a 2022, por operadores do comércio exterior sediados em Três Lagoas e região, foram movimentados US$ 2.024 bilhões, cerca de 4,6 milhões de toneladas", detalha nota da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
"Hoje nós temos um Porto Seco em Corumbá, mas nosso Estado já tem volume suficiente para dar viabilidade econômica ao Porto Seco na Costa Leste. Dentro da lógica do desenvolvimento e da logística de Mato Grosso do Sul, esse Porto Seco vai demandar um entroncamento rodoferroviário no município de Três Lagoas e possibilitar, inclusive, que a gente consiga avançar na viabilização da própria ferrovia da nossa Malha Oeste”, avaliou o secretário da Semadesc, Jaime Verruck.
Sobre a estrutura a ser implantada, com base na movimentação verificada, a Receita acredita que é "possível estimar uma área de aproximadamente 100.000 m², considerando certa margem de folga em razão da possibilidade futura de uma interoperabilidade com o modal ferroviário, e compatível com o dimensionamento de outros Portos Secos instalados na 1ª Região Fiscal”, como os de Anápolis, Cuiabá, Corumbá e Brasília.
Agora cabe à Prefeitura de Três Lagoas dar o próximo passo, repassando a área à Receita Federal para que seja aberta a licitação do Porto Seco.
Campo Grande também tem projeto de porto seco, mas empacado há quase 14 anos. O projeto começou a ser defendido ainda na época em que Andre Puccinelli administrou a cidade, com a ideia de aproveitar a logística da região, onde passa uma linha férrea e há acesso rápido a rodovias. Mas foi paralisada no meio do caminho e R$ 30 milhões em investimentos.
Há um ano, a Prefeitura de Campo Grande decidiu formar um comitê para decidir sobre a implantação ou não de um terminal intermodal de cargas em Campo Grande, até o momento sem definição.