Protesto do setor de transporte fecha fronteira entre Corumbá e a Bolívia
Empresários brasileiros e bolivianos pedem celeridade em atos aduaneiros que chegam a demorar 15 dias para serem concluídos devido a protesto de agentes da Receita
Funcionários e empresários do ramo de importação e exportação de Corumbá –a 419 km de Campo Grande– fecharam nesta segunda-feira (14) o tráfego na fronteira entre Brasil e Bolívia, em protesto contra a demora no processo de importação e exportação. A manifestação foi organizada pelo Setlog Pantanal (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Pantnaal) e teve o apoio da Associação de Transporte Pesado de Arroyo Concepción, no lado boliviano da fronteira.
A manifestação resultou em fechamento parcial da fronteira pela manhã. Angel Saavedra, presidente da associação boliviana, previa interrupção total da circulação na região durante a tarde até que se buscasse uma solução para os problemas aduaneiros.
“Essa é uma medida radical por tempo indeterminado. Nosso governo já tem conhecimento dessa situação e estamos esperando se manifestarem por meio de conversa com o Brasil para que nos dê uma solução”, explicou Saavedra ao jornal Diário Corumbaense. Segundo ele, o lado boliviano é prejudicado pela demora nos trâmites de importação e exportação, prejudicado pela operação padrão de auditores fiscais da Receita Federal.
Representantes dos manifestantes brasileiros informam que, nesta segunda e terça-feira (15), nenhum caminhão sairá ou entrará na Agesa (Armazéns Gerais Alfandegários de Mato Grosso do Sul), que gerencia o porto seco na fronteira.
Conta – Lourival Vieira Costa Junior, presidente do Setlog Pantanal, afirmou que empresários não podem “pagar a conta de uma má administração ou uma ineficiência do governo federal, então, eles que resolvam os problemas entre eles para que a gente não pague essa conta”. Segundo ele, trâmites que levavam até três dias para desembaraço aduaneiro hoje chegam a 15 dias, “gerando um custo muito alto”. A maioria dos caminhões retidos seriam bolivianos, frisou ele.
Alegando prejuízos de até R$ 1 milhão por mês, o sindicalista afirma que, caso não haja resposta, a manifestação poderá ser estendida. Os auditores fiscais, por sua vez, cobram a regulamentação do chamado “Bônus de Eficiência” e da progressão funcional da carreira, realizando operações-padrão por todo o país –atingindo o comércio internacional com as paralisações em aduanas e portos.