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Economia

Reestruturação ferroviária de Santos à Bolívia vai custar US$ 2 bilhões

Estrada de ferro, que passa por MS, vai ligar o porto santista ao terminal chileno da cidade de Ilo

Osvaldo Júnior e Kleber Clajus | 19/12/2017 17:45
Daniel Rossi, coordenador da TransAmericana, durante apresentação do projeto na Semagro (Foto: Paulo Francis)
Daniel Rossi, coordenador da TransAmericana, durante apresentação do projeto na Semagro (Foto: Paulo Francis)

Investimentos de US$ 2 bilhões. Este é o valor necessário para reestruturação de parte da TransAmericana, ferrovia que ligará portos do Atlântico e do Pacífico, passando por Mato Grosso do Sul. A estimativa foi informada, na tarde desta terça-feira (19), pelo coordenador do projeto, Daniel Rossi, durante evento na Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), em Campo Grande.

“São estimados investimentos de 2 bilhões de dólares no trecho entre Santos e Santa Cruz. Essa é a primeira parte do projeto”, projetou Rossi. A segunda parte, que inclui trecho entre Santa Cruz e Cochabamba, na Bolívia e a cidade portuária de Ilo, no Peru, não teve o valor de investimento informado. O desembolso, na maior parte, será alemão.

O dinheiro será aplicado em reestruturação da estrada de ferro, construída no início do século passado. “O corredor bioceânico já existe e é operacional, mas precisa ser modernizado com troca de dormentes, trilhos e fixação. Sem a malha Oeste, esse projeto não se desenvolve, porque a maior parte da carga está do lado brasileiro”, justificou Rossi.

O secretário Jaime Verruck, da Semagro, que participou do evento, informou que a proposta é de trocar a totalidade dos trilhos e aproximadamente 65% dos dormentes. “Esses trilhos serão praticamente jogados fora”, detalhou.

Verruck também informou que a DB (Deutsche Bahn), empresa alemã do segmento de transporte ferroviário, deverá contribuir com o desenho do projeto. “Eles têm expertise nisso”, enfatizou o secretário.

O governador Reinaldo Azambuja demonstrou entusiasmo com o projeto. “Atualmente, 55% de tudo que Mato Grosso do Sul exporta vão para o mercado asiático”, informou, salientando que a TransAmericana representará economia nos custos com o escoamento de produtos diversos – como grãos, celulose e minérios – para a Ásia. “Podemos reduzir em 20 mil quilômetros o trajeto marítimo e economizar cerca de 25 dias”, afirmou.

Projeto – Nascido de um consórcio formado por empresas que dependem do modal e estão interessadas em operá-lo, o projeto TransAmericana visa substituir a lacuna deixada após o término do contrato com a Rumo ALL, conectando a Malha Oeste à Ferroviária Oriental na Bolívia e sua possível conexão com a Ferroviária Andina, ligada aos portos do Oceano Pacífico.

Além da reestruturação da ferrovia existente, também é necessário construir 500 quilômetros em linha reta na Bolívia. Com isso, será possível ligar por linhas férreas Cochabamba, na Bolívia, a Ilo, no Chile.

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