Relatório do Coaf suspeita de repasse de R$ 11 milhões a Bumlai
Já a Eldorado Brasil Celulose é citada por movimentar R$ 21,8 bilhões de forma suspeita
O pecuarista José Carlos Bumlai e a Eldorado Brasil Celulose, ambos de Mato Grosso do Sul, aparecem no relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que aponta que o grupo J&F, dos irmãos Batista, movimentou R$ 248 bilhões em operações suspeitas. O documento do Ministério da Fazenda é relativo aos últimos 14 anos.
Sobre Bumlai, reportagem da revista Veja informa que ele recebeu, em uma de suas contas bancárias, R$ 11 milhões da JBS, que integra a holding J&F. A transação foi considerada suspeita por não haver justificativa econômica e ser incompatível com a situação financeira de Bumlai. À revista, ele informou que vendeu gado para a JBS e que não tem relação suspeita com ninguém.
Em setembro do ano passado, Bumlai, que era amigo íntimo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a 9 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de gestão fraudulenta de corrupção passiva. A investigação foi da operação Lava Jato.
O ingresso no rol de investigados foi em 24 de novembro de 2015, quando foi o alvo da 21ª fase da operação, batizada de Passe Livre. Bumlai foi preso em Brasília, onde aguardava para depor na CPI do BNDES. Na mesma data, a PF (Polícia Federal) foi a mansões da família em Campo Grande. Em abril deste ano, o STF (Supremo Tribunal Federal) revogou a prisão domiciliar. Bumlai faz tratamento de câncer.
Instalada em Três Lagoas, a Eldorado Brasil Celulose é citada por movimentar R$ 21,8 bilhões de forma suspeita. A empresa foi vendida pela família Batista em 2 de setembro por R$ 15 bilhões. A partir das delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista, verifica-se que a Eldorado nasceu e se fortaleceu sob o esquema de corrupção.
A fábrica de Três Lagoas contou com investimento de R$ 6,2 bilhões na primeira fase. A J&F informou à revista Veja somente que cumpre os termos da delação.