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Economia

Rota Bioceânica só chega em 2 anos e já movimenta comércio ao redor da Capital

Na BR-262, posto e churrascaria abrem para aproveitar fluxo que vai crescer com nova ponte em Porto Murtinho

Caroline Maldonado | 20/08/2023 08:45
Posto de combustíveis na BR-262, próximo ao entroncamento com a MS-455, na região sul de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)
Posto de combustíveis na BR-262, próximo ao entroncamento com a MS-455, na região sul de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)

Na região sul de Campo Grande, a BR-262 recebe os primeiros empreendimentos da cidade instalados na rodovia para aproveitar o movimento da Rota Bioceânica, caminho que se abrirá quando ficar pronta a ponte sobre o Rio Paraguai, entre a cidade paraguaia Carmelo Peralta e Porto Murtinho, encurtando o destino das exportações à Ásia.

Os empresários esperam o movimento de 1,5 mil caminhões por dia e aumento gradativo com a inauguração da ponte, prevista para 2025. A estimativa foi informada aos comerciantes pelo Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes).

O posto de combustível, a churrascaria e a lanchonete estão prontos há cerca de um ano, mas não conseguiram abrir antes em função da burocracia para expedição de licenças e alvarás, segundo o gerente do posto Jonas Ezequiel Rodrigues. A previsão é inaugurar os espaços na semana que vem.

Além disso, a Taurus vai migrar para o local a sua base de distribuição. Atrás do posto, nove tanques estão sendo instalados para receber os combustíveis.

O posto se instalou visando a Rota Bioceânica. Vamos abrir com 25 funcionários a todo vapor, porque já tem um movimento muito grande aqui, cerca de 1,5 mil caminhões por dia que o fluxo vai aumentar cada vez mais”, comenta o gerente.

Ao lado, a churrascaria e a lanchonete parecem estar com tudo pronto e a fachada anuncia que o atendimento será 24 horas, mas os proprietários preferem não dar entrevista.

Ao lado do posto, tanques vão armazenar combustível para distribuição (Foto: Marcos Maluf)
Ao lado do posto, tanques vão armazenar combustível para distribuição (Foto: Marcos Maluf)

Ponte - Após quase cinco anos de planejamento impactado pela pandemia, a obra começou em dezembro de 2021. A edificação tem investimento de 82 milhões de dólares. A ponte terá 1,3 mil metros, com um vão de 360 metros sobre o rio e altura de 22 metros.

Hoje, os navios com produtos para exportação que saem do Porto de Santos percorrem 24,1 mil quilômetros, dando a volta na América Latina para deixar o Oceano Atlântico e chegar ao Pacífico, onde seguem para a China, o país que mais compra produtos agropecuários de Mato Grosso do Sul.

Com a ponte, as cargas virão por rodovia e seguirão pelo Paraguai, Argentina e Chile até chegar a dois portos do Chile, de onde partem de navio para a Ásia. O percurso vai cair para 18,6 mil km. A economia com a logística deve deixar os produtos com preços mais competitivos no mercado.

Trajeto da rota de integração latino-americana. (Imagem: Revista Confins/Paris/50-2021)
Trajeto da rota de integração latino-americana. (Imagem: Revista Confins/Paris/50-2021)

Região - O macroanel é o nome do conjunto de rodovias que contorna a Capital. O novo posto e restaurante ficam na BR, que margeia os bairros Parque do Lageado e Parque do Sol, próximo ao entroncamento com a MS-455. A população tem muitas famílias em situação de vulnerabilidade social.

Por isso, a Câmara Municipal de Campo Grande criou uma comissão especial para estudar os impactos e oportunidades que a Rota Bioceânica trará aos bairros. A BR-060 é o acesso a Porto Murtinho, passando por Sidrolândia e Jardim.

Presidente da comissão especial que estuda os impactos da Rota Biocêanica na Capital, vereadora Luiza Ribeiro (PT). (Foto: Izaías Medeiros/CMCG)
Presidente da comissão especial que estuda os impactos da Rota Biocêanica na Capital, vereadora Luiza Ribeiro (PT). (Foto: Izaías Medeiros/CMCG)

A continuação da rodovia na área urbana é a Avenida Gunter Hans. A rota vai alcançar também os bairros Jardim Tarumã, Coophavila e mais adiante está a Moreninha, conforme destaca a presidente da comissão, vereadora Luiza Ribeiro (PT).

“Vamos fazer uma discussão em audiência pública, porque queremos saber como a rota vai impactar a população. Vai atingir territórios muito periféricos e frágeis. A nossa preocupação é como a população se insere de maneira qualificada e com a preservação dos direitos humanos e sociais”, comenta Luiza.

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