Segundo dia com ICMS menor tem litro da gasolina a R$ 5,87
Previsão é de queda de R$ 0,60 no preço da gasolina, mas por enquanto valor caiu entre R$ 0,08 e R$ 0,12
A previsão é de queda de R$ 0,60 no preço do litro da gasolina após a redução na alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis, decretada na quarta-feira (6), mas hoje (8) a maioria dos postos mantém os preços, enquanto alguns já reduziram entre R$ 0,08 e R$ 0,12.
A redução é resultado de uma conta para equilibrar o preço cobrado pelo combustível que os postos já tinham no estoque e o que compraram entre ontem e hoje.
No posto Park Avenida, na Avenida Três Barras, no bairro Rita Vieira, o litro da gasolina passou de R$ 5,99 para R$ 5,87. O litro do etanol sai por R$ 4,49 e do diesel S-500 por R$ 6,99.
O posto Posteko, na Avenida Júlio Castilho, na Vila Santo Amaro, mudou o preço da gasolina de R$ 5,98 para R$ 5,90. A funcionária Geusa Ranger explica que o valor é para repassar ao consumidor a redução no preço pago à distribuidora pelo combustível comprado por menor valor em função da redução do imposto.
“Fiz uma média dos dois preços que paguei nas duas últimas compras: o preço antigo do estoque e o que paguei ontem na nova remessa. Juntei os dois valores e fiz média porque paguei mais barato do que comprei ontem, mas ainda tenho estoque com preço mais alto”, detalhou Geusa.
O posto Pérola, na avenida Gury Marques, na Vila Cidade Morena, região Sul da Capital, informa que também já aplicou redução conforme o que foi cobrado pela distribuidora. O litro da gasolina caiu R$ 0,10 e passou de R$ 6,09 para R$ 5,99. O etanol também sai por R$ 0,10 a menos, tendo passado de R$ 4,69 para R$ 4,59. O litro do diesel s10 continua a R$ 7,49, em função do estoque.
Na região Norte da cidade, na Avenida Mascarenhas de Moraes, no bairro Monte Castelo, o posto Castelo Locatelli vende o litro da gasolina a R$ 5,97, etanol a R$ 4,54 e diesel s10 a R$ 7,05. Os preços são os mesmos, mas a previsão do posto é baixar com a chegada de combustíveis de novas compras, durante a tarde.
Completando o tanque nesta manhã, o aposentado Antônio Gomes Bezerra, de 74 anos, não fica muito entusiasmado com a redução de preços.
“Tenho acompanhado os preços e o noticiário sobre as medidas que estão sendo adotadas em relação ao combustível. É bom e deveria cair mais ainda, mas isso é reflexo do pacote de bondade do Governo Federal. É só nesse período de eleição. Assim que passar as eleições, o preço vai bater R$ 10”, prevê Antônio.
Abastecendo todos os dias para dar conta da rotina corrida, o músico Jhonny Domingos, de 51 anos, também não é muito otimista com as medidas de redução de impostos.
“Rodo muito porque levo familiares para fazer tratamento de saúde e faço eventos fora da cidade. Costumo abastecer picado, cerca de R$ 50 todo dia. Com esse período eleitoral começaram medidas para reduzir, mas os R$ 5,90 que estou pagando não tem nada de barato. O ideal seria que ficasse no patamar de antes, de R$ 4,50, mas duvido muito que chegue a isso”, comenta Jhonny.
Comparação - Ontem (7), o Governo Federal obrigou os postos a divulgarem o preço que cobravam no dia 22 de junho para que os consumidores possam fazer comparação. Conforme o decreto, a divulgação tem que ser de forma “correta, clara, precisa, ostensiva e legível de modo que os consumidores possam compará-los [preço anterior] com os preços praticados no momento da compra”.
Os postos de todo o país terão que fazer isso até 31 de dezembro deste ano. Ontem o Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul) informou que a equipe jurídica estava analisando o decreto para orientar os postos e não vê problemas em fazer a divulgação de preços, bem como já fazem com relação aos impostos cobrados.
Na manhã de hoje (8), a reportagem não encontrou informativos que atendam ao decreto nos postos visitados e recebeu informação de que as gerências aguardam orientações do Sinpetro para fazer a divulgação de forma correta e padronizada.
ICMS - Antes da redução, decretada no fim da tarde de quarta-feira (6), a alíquota do ICMS sobre a gasolina era de 30% e sobre o etanol era de 20%. A medida foi tomada por força de lei complementar federal em vigor desde o mês passado.
O Sinpetro prevê também queda de R$ 0,13 no preço do litro do etanol. A diferença total será percebida pelo consumidor somente a partir da semana que vem, na previsão do sindicato.
A lei sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) define que combustíveis, assim como energia, transporte coletivo, gás natural e comunicações são bens essenciais e indispensáveis e por isso os governos estaduais não podem cobrar acima de 17% de ICMS. A redução deve fazer o Estado perder R$ 800 milhões por ano em arrecadação.