Só metade dos caminhões chegam a Ceasa e preços sobem até 125%
Nesta manhã, a Ceasa (Central de Abastecimento), em Campo Grande, recebe apenas metade dos caminhões esperados. Muitos ainda estão presos no Sul e Sudeste do país, onde os bloqueios são mais rigorosos do que em Mato Grosso do Sul. Nos municípios daqui, os caminhoneiros permitem a passagem de perecíveis após 20 minutos de espera.
Com isso, os preços devem subir ainda mais, em especial do tomate, cenoura, alface, cebola, batata, salsa e ovos. Isso, se os próximos caminhões com esses itens chegarem nesta quinta-feira (26) e sexta-feira (27), dias de maior flixo na central de abastecimento.
O empresário Fábio Ajala, que fornece produtos para presídios de Cassilândia e Paranaíba, conta que só conseguiu legumes e verduras hoje, porque fechou as compras ontem. “Hoje, já está faltando muita coisa e acho que vai piorar. Tomate, cenoura e batata já está no fim e de má qualidade”, comentou.
Na caixa de tomate com 20 quilos, que antes saia por R$ 40, Fábio pagou R$ 90, o que representa aumento de 125%. A caixa da cenoura, que custava R$ 30, saiu por R$ 50, alta de R$ 66%. Os comerciantes não têm outra alternativa, senão comprar os produtos, que estão chegando em melhor estado, como a abóbora cabotian, melancia.
Embora, alguns produtos ainda estejam chegando em bom estado, o preço sobe inevitavelmente, segundo a gerente do box Galego, Ângela Randolpho. O saco de abóbora cabotian com 20 quilos, por exemplo, passou de R$ 27 para R$ 33. “O preço da melancia não subiu e do mamão alterou um pouco, a caixa foi de R$ 35 para R$ 38”, disse.
A maioria das frutas vêm do Sul, segundo o coordenador da Divisão de Mercado e Estatística, Cristiano Chaves. Para driblar a situação, os comerciantes tem opção de comprar frutas produzidas em municípios daqui do Estado, como laranja, tangerina, banana e citrus.
“Há três pontos que preocupam. Primeiramente, o preço. Em segundo, a qualidade, pois o que chega está muito maduro porque ficou até dois dias preso no protesto e também tem a questão da logística. É possível que muitos caminhões acabem chegando ao mesmo tempo e aí é preciso ver mais espaço para essas cargas”, explicou Cristiano.
Hoje, chegou a metade do número de caminhões, segundo o proprietário do box Real, Sérgio Sato Amaro. “Tenho caminhão desde sexta que ainda não chegou. Não temos expectativa nenhuma, porque depende dos caminhoneiros se a mercadoria vai chegar ou não”.