Preço do tomate dobra de um dia pro outro com protesto de caminhoneiros
Com a paralisação dos caminhoneiros de seis estados do país, o transporte de produtos perecíveis está prejudicado e já tem reflexos no preço, tanto para fornecedores quanto clientes. Em Campo Grande, produtos como verduras e legumes ficaram cerca de 30% mais caro.
O comerciante Irineu Souza, 54 anos, compra produtos na Ceasa (Central de Abastecimento) e vende em sua loja na rua da Divisão. Ele afirma que até semana passada pagava R$ 35 e R$ 40 a caixa com 22 quilos de tomate, hoje a mesma quantia saiu por R$ 80.
A cenoura ele pagava R$ 22 na caixa, agora paga R$ 65. A caixa com 18 unidades de alface que antes custava R$ 20 agora custa R$ 35. Como 85% dos hortifrutis comercializados em MS vêm de outros estados, o repasse no preço é inevitável.
Já Vanderson Ramos Ribeiro, proprietário do mercado São João, no bairro Panorama, diz que vai todos os dias na Ceasa e compra 10 caixas de frutas, legumes e verduras. Hoje ele precisou reduzir a compra para apenas duas caixas, uma de alface e outra de maçã.
"Não tinha, tomate, banana, verduras, e o que tinha tava muito maduro ou já estragando", contou Ribeiro. Apesar do prejuízo ele afirma ser a favor da mobilização dos caminhoneiros. "Acho que vale a pena sim fazer a mobilização, a coisa está cada dia piorando mais para os caminhoneiros".
O empresário diz que vai reduzir seu lucro, mas que terá que repassar o aumento para o consumidor. "Amanhã eu vou lá pra ver como está, minha expectativa é de comprar alguma coisa, mas tudo com o preço mais alto".
Para os clientes, o alface que custava R$ 1 o pé agora está R$ 2,50 e a tendência é que amanhã esteja mais caro. Assim como a banana que hoje custa R$ 1,99 e o tomate R$ 3,99. "Amanhã já não vou ter mais como fazer esses preços".