Suspeita de focos de febre aftosa leva técnico de MS ao Paraguai
Secretária de Produção diz que Estado foi informado e não há preocupação porque a região onde estaria circulando vírus não faz fronteira com o Estado.
A suspeita de focos de febre aftosa no Departamento de San Pedro, que cobre parte das regiões Norte e Oeste do Paraguai, levou autoridades de defesa agropecuária a formarem um pool de inspeção formado por cinco países – Brasil, Argentina, Bolívia, Chile e o próprio Paraguai.
Do Brasil foi designado um técnico da SFA - Superintendência Federal de Agricultura. Ele segue nesta segunda-feira, 19, ao Paraguai para se juntar a outros técnicos dos países vizinhos.
A Cosalfa (Comissão Sulamericana para a Luta Contra a Febre Aftosa), formada por 11 países, também deve acompanhar a inspeção naquela região do Paraguai e colocar sua estrutura de serviços veterinários à disposição das autoridades paraguaias.
A secretária de Produção e Desenvolvimento Agrário de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina Corrêa da Costa, disse ao Campo Grande News que o governo do Estado foi informado da situação, que ‘é de absoluto controle’ e não há razão para preocupação porque a região onde há suspeita de circulação do vírus não faz fronteira com o Estado.
O Departamento de São Pedro, no entanto, faz divisa com o Departamento de Amambay, que faz fronteira com Mato Grosso do Sul. O local da inspeção fica a pouco mais de 130 quilômetros dessa linha internacional com o Brasil. Os municípios mais próximos são Amambai e Iguatemi. “Se nos solicitarem apoio técnico estamos preparados”, disse a secretária de Produção. Segundo ela, por ser um trabalho de cooperação internacional, o caso é acompanhado pelo Ministério da Agricultura e funcionários do Itamaraty.
Região de prováveis focos - O Departamento de San Pedro tem população de aproximadamente 360 mil habitantes. É o segundo produtor de carne do Paraguai. Faz divisa ao Norte com o Departamento de Concepcion, Caaguazú ao Sul, Canindeyú ao Leste, com Presidente Hayes a Oeste e com o Departamento de Amambay no Nordeste (veja mapa).
Erradicação - Mato Grosso do Sul busca erradicar a febre aftosa desde 1999, tendo passado por duas situações de contaminação até a obtenção do certificado de área livre com vacinação conferido pela OIE (Organização Mundial de Sanidade Animal) em fevereiro deste ano. A primeira em 2000, e a última em 2005, quando foi detectado o vírus em Eldorado e desencadeou a maior operação de combate à aftosa no Estado, com a interdição de 1.268 propriedades e sacrifício de 34.332.
O Estado havia conquistado em 2001 o status de área livre de febre aftosa com vacinação. Mas o surgimento dos focos em 2005 levou o Estado a desencadear operações para manter o certificado.
Para eliminar todo risco de contaminação, o Governo do Estado confinou quase 1 milhão de cabeças de gado na ZAV, com abrangência sobre 3.536 propriedades em 11 municípios ao longo de 700 quilômetros de fronteira seca com o Paraguai.
Os programas de erradicação da febre aftosa da América do Sul mantêm uma cobertura de 100% do território (17,6 milhões de km2), com uma população animal estimada em mais de 325 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos. Desse total, cerca de 88% são reconhecidos OIE como livres da doença. Apenas 11,2% estão em áreas que não são consideradas imunes da doença.
Durante 2010, os países sulamericanos, exceto Equador e Venezuela, não registraram a ocorrência de febre aftosa. No ano passado, os serviços veterinários oficiais atenderam a 1.210 notificações de rebanhos infectados com sintomas de outras doenças vesiculares. A maior parte ─ 650 casos ─ ocorreu na Colômbia, seguida de 313 registros no Brasil, 117 no Equador e 101 no Peru.
No ano passado, na América do Sul, foram disponibilizadas 567,2 milhões de doses de vacina contra febre aftosa para uso nos programas nacionais de erradicação.