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Educação e Tecnologia

Aluna branca passa em 1ª lugar em Medicina na UFGD com cota indígena

Família disse que houve erro na inscrição e não efetivará matrícula na UFGD; instituição informou que engano é possível

Silvia Frias | 21/01/2020 13:34
Aluna branca passa em 1ª lugar em Medicina na UFGD com cota indígena
Escola chegou a parabenizar aluna, mas a jovem avisou do erro e disse que não irá fazer inscrição (Foto/Reprodução)

A imagem de uma estudante do colégio Nota 10, aprovada em 1º lugar no curso de Medicina pela UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), causou polêmica e circulou hoje nos grupos de WhatsApp. A jovem, de 19 anos, branca, foi aprovada como cotista indígena.

A família da jovem disse que foi erro no momento da inscrição, que a estudante está arrasada e não irá fazer a matrícula no curso da universidade.

A foto fez parte da campanha da escola para mostrar os alunos aprovados nos vestibulares do País e foi publicada nas redes sociais da instituição. A jovem de fenótipo branco chamou atenção pelo intertítulo de “1º lugar -cotista indígena” no curso de Medicina da UFGD.

Aluna branca passa em 1ª lugar em Medicina na UFGD com cota indígena
Na inscrição, o 1º campo que trata da diferença de acesso à vaga (Foto/Reprodução)

Logo depois da repercussão, a imagem foi retirada. A assessoria da escola informou ao Campo Grande News que foi a própria aluna quem entrou em contato com a instituição pedindo para retirar a foto da campanha e informando que houve erro no momento da inscrição.

Segundo informações da central de seleção da UFGD, é sempre possível que o candidato se engane, mas prefere não se manifestar especificamente sobre o caso. A central explicou que a instituição abre campos separados para três possibilidades de inscrição: “acesso universal” (sem restrições de raça ou econômica), por “cotas” (subdividido por negro, pardo, índio e renda de até 1,5 salários mínimos) e a terceira, adotada a partir deste vestibular de “reserva de vagas universais para indígenas”.

Aluna branca passa em 1ª lugar em Medicina na UFGD com cota indígena
Aluno pode pedir reserva de vaga se for estudante de escola pública (Foto/Reprodução)

A assessoria da UFGD informou que este terceiro quesito foi uma reivindicação interna da universidade, sendo mais uma opção para a comunidade indígena.

A reportagem simulou a inscrição para curso de Medicina como se fosse cotista indígena e identificou os campos citados para uso do estudante. Mesmo fazendo opções diferenciadas - como "reserva de vagas universais indígenas" e "ampla concorrência", o sistema finaliza a inscrição, porém, mostra na etapa final como foi encerrado o processo.

Recomendação – A informação da central de seleção é que para efetivação de matrícula, o aluno aprovado terá que apresentar documentação que comprove a condição de cotista.

Aluna branca passa em 1ª lugar em Medicina na UFGD com cota indígena
Em outro campo, UFGD mostra as opções de reserva de vaga e cotas (Foto/Reprodução)

No caso do índio, é necessário, por exemplo, apresentar documento emitido pela Funai (Fundação Nacional do Índio) ou de liderança indígena que comprove a descendência.

Porém, sendo desclassificado como cotista, segundo informação da central de seleção, o aluno não é eliminado de imediato, mas tem sua pontuação transferida para a concorrência geral, seguindo recomendação do MPF (Ministério Público Federal). Na UFGD, foram abertas 20 vagas neste 1º semestre e mais 20 para o 2º semestre, além de 50% do total pelo SiSu (Sistema de Seleção Unificada).

Aluna branca passa em 1ª lugar em Medicina na UFGD com cota indígena
Mesmo que aluno coloque "ampla concorrência" e "reserva para vaga indígena", o processo pode ser finalizado (Foto/Reprodução)
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