Ampliação da internet vai triplicar rede e criar central de inteligência
Rede vai dar estabilidade às conexões existentes, possibilitar novas ferramentas e ainda facilitar ações no trânsito
Primeira capital inscrita no Pró-Cidades, programa do Ministério do Desenvolvimento Regional, Campo Grande deve receber em breve investimentos estimados na casa dos R$ 27 milhões para ampliar a rede pública de internet na cidade e criar uma central de inteligência que vai unificar serviços de monitoramento urbano.
Os recursos são oriundos de linha de financiamento da Caixa Econômica Federal e, segundo o chefe da Agetec (Agência Municipal de Tecnologia da Informação e Inovação), Paulo Cardoso, já estão garantidos e os projetos aprovados.
"Estamos agora na fase de licitação do projeto executivo para contratar a empresa que vai fazer todo levantamento presencial nas unidades de saúde, prédios administrativos, escolas, entre outros, olhando o projeto e fazendo as validações e conferências necessárias", explica Cardoso sobre a ampliação.
A expectativa é que até o fim do primeiro semestre de 2021 tudo esteja pronto para execução do projeto e em dois anos tudo esteja implementado em Campo Grande. A atual rede de fibra ótica, de 140 km, deve ser praticamente triplicada para 400 km.
Hoje, a maior parte da rede de internet pública da cidade funciona via rádio. Com a ampliação, a rede de rádio, que já passou por melhoras com novos equipamentos, vai passa a funcionar apenas como auxiliar da rede principal de fibra óptica, em um sistema de redundância - na linguagem popular, cobrindo os 'buracos'.
"Com a rede funcionando ativamente, daí vamos dar muito mais estabilidade para o serviço público e facilitar a segunda etapa de outro plano, que chamamos de Transformação Digital. Essa rede vai suportar sistemas de saúde mais eficientes, tramitação de dados entre os órgãos, novas ferramentas poderão ser feitas", diz Paulo.
Ainda segundo o gestor de tecnologia da prefeitura, primeiro é necessário que a rede seja efetivamente ativada para se pensar em quais sistemas serão implementados. Além disso, ele frisa que o projeto pode sofrer algumas mudanças causadas por evolução tecnológica ou mesmo por variação cambial do dólar com relação ao real.
Hoje, a rede atende 380 unidades públicas existentes na cidade e conta com sete torres principais, chamadas de rádio base. Elas continuarão existindo e vão ser essenciais para chegar onde a rede de fibra não chegará, como escolas agrícolas. O principal ganho será na estabilidade da conexão nos órgãos públicos.
Central e Internet pública - Junto a nova rede, também será implementada uma central de inteligência onde ficarão, além da própria Agetec e Central de Projetos da prefeitura, também as centrais de controle e monitoramento da Guarda Municipal e da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito).
"O mais importante nisso tudo é que vamos entregar para as próximas gestões um mapeamento completo da conectividade na cidade e da rede pública de fibra óptica", frisa o chefe da Agetec, Paulo Cardoso.
Cardoso também comenta que, hoje, há 60 diferentes pontos de internet livre na cidade, incluindo parques como o Belmar Fidalgo, Jacques da Luz, Ayrton Senna e Elias Gadia, além de postos de saúde, toda extensão da rua 14 de Julho entre as avenidas Mato Grosso e Fernando Corrêa da Costa. Essa rede pode receber também melhorias.
"Essa fibra óptica plena vai possibilitar que alguns parques tenham os pontos de acesso ampliados e também mais locais, como praças em bairros, por exemplo, sejam atendidos. A ideia é criar uma ferramenta onde as pessoas vão sugerir onde preferem que sejam instalados esse novos pontos de acesso livre", destaca Paulo.
O gestor ainda revela que a rede de 400 km de cabos deve facilitar o monitoramento de semáforos, implantando a onda verde em pontos chaves da cidade, e também contribuir para o melhor funcionamento dos corredores de ônibus em Campo Grande.