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Educação e Tecnologia

Com anúncio de greve na UFMS após 9 anos, alunos já falam em formatura ameaçada

Em assembleia geral, foi decidida a paralisação dos professores a partir do dia 1° de maio

Por Izabela Cavalcanti e Clara Farias | 24/04/2024 09:53
Alunos no corredor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Foto: Clara Farias)
Alunos no corredor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Foto: Clara Farias)

A promessa da greve de professores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) deixou os alunos com receio de como será o ano letivo. Em assembleia geral, foi decidida a paralisação a partir do dia 1° de maio.

Os professores reivindicam a recomposição salarial de acordo com a inflação. A legislação prevê essa correção anualmente, mas não ocorre desde 2017, o que resultou em uma perda salarial de aproximadamente 40%. Em 2023, foi concedido um reajuste emergencial de 9%.

A reportagem foi até a universidade para saber a opinião dos alunos, na manhã desta quarta-feira (24). Para o estudante de Jornalismo, Pedro Luiz Vidal, de 23 anos, a greve trará problema.

“Nossos professores apoiam bastante as causas sociais, ainda mais se tratando de uma reivindicação dos docentes. Acho que o aluno já estava sendo prejudicado com a greve dos técnicos-administrativos, agora, com a greve dos professores, o problema deve aumentar”, disse.

Ainda de acordo com ele, apesar de achar que será prejudicado, ele é a favor das reivindicações. “Existe um motivo maior e para conseguir os direitos, algumas áreas precisam ser sacrificadas. Se doem pouco ou não, ainda são sacrifícios”.

O acadêmico de Engenharia de Alimentos, Rodney Martins, de 19 anos, está preocupado com as matérias do ano letivo.

“Eu faço quatro disciplinas com professores do Instituto de Matemática, e por lá aparentemente eles [professores] vão aderir. Se acontecer, vai ficar ruim, vai ter que adiar as matérias e o término do curso adia também. Se aderirem à greve, vou estudar por parte já que o curso é integral”, pontuou.

A acadêmica de Letras (Português-Espanhol), Nycole Beltrão, de 18 anos, diz que é favorável à greve. Veio de Santa Catarina para estudar na UFMS e pretende ficar mesmo se o curso aderir ao movimento.

“Acho que a greve é necessária, mas muitos cursos acabam saindo prejudicados. Alguns alunos ficam mais prejudicados do que outros, acho que pode ter muita desistência”, lamentou.

Nycole pretende trancar a faculdade no segundo semestre para tentar o curso de Educação Física ou Nutrição Esportiva que, segundo ela, é o que gosta.

Entenda – Na terça-feira (23), a assembleia geral da Adufms (Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) votou a favor da deflagração de greve na UFMS, a partir do dia 1º de maio.

Foram registrados 150 votos favoráveis contra 52 contrários, além de duas abstenções. A votação ocorreu em formato híbrido e contou com a participação de docentes dos campi de Campo Grande, Três Lagoas (CPTL), Aquidauana (CPAQ) e Corumbá (CPan). Os serviços do HU (Hospital Universitário) e RU (Restaurante Universitário) não irão paralisar.

Há quase dez anos a instituição não registra uma grande paralisação. Em 2015, os professores ficaram quase 5 meses parados, o que comprometeu o ano letivo.

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