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Educação e Tecnologia

Pesquisa investiga treinamento físico para tratamento alternativo da depressão

Pesquisa busca alternativa aos métodos convencionais de tratamento, para diminuir efeitos colaterais

Gabrielle Tavares | 28/05/2022 15:49
Pesquisadores durante estudos na UFMS. (Foto: Divulgação/UFMS)
Pesquisadores durante estudos na UFMS. (Foto: Divulgação/UFMS)

Pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) iniciaram estudos que avaliam efeitos do treinamento de sprints curtos para tratamento alternativo dos sintomas de depressão.

Os chamados treinamento sprint é caracterizado por um treino físico anaeróbico com períodos curtos de intensidade máxima, intercalados com muita recuperação. O diferencial é que os “tiros” de esforço são mais curtos e mais intensos, e não contínuos.

De acordo com dados divulgados pela Opas (Organização Pan-americana da Saúde), ligada a oms (Organização Mundial de Saúde), são mais de 300 milhões de pessoas que sofrem com os sintomas e cerca de 800 mil morrem por suicídio a cada ano, sendo essa a segunda causa principal de morte entre pessoas com 15 a 29 anos no Brasil.

O aumento no número de casos da doença e a necessidade de oferecer alternativas complementares aos tratamentos convencionais da doença motivaram a criação da pesquisa.  No estudo, participam professores da UFMS, estudantes de graduação e pós-graduação do Inisa (Instituto Integrado de Saúde), profissionais do HU (Hospital Universitário), além da  participação do professor Felipe Barreto Schuch, da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), pesquisador mais reconhecido no Brasil sobre exercício e saúde mental.

De acordo com Daniel, a originalidade da pesquisa é trabalhar com um modelo de atividade física que é mais tolerável pelos pacientes.  São três sessões por semana, sendo seis sprints de dez minutos.

“Se confirmarmos a hipótese de que é realmente efetivo o treinamento, estaremos encontrando uma intervenção não farmacológica, sem efeitos adversos e de alta efetividade em pouco tempo”, ressaltou.

O estudo ainda está em fase de coleta de dados e recebe inscrições de novos voluntários. O público-alvo do projeto são mulheres com idade entre 18 e 60 anos, diagnosticadas com depressão moderada à grave. Podem se voluntariar tanto acadêmicas, professoras e técnicas da UFMS, como aquelas que não tenham ligação direta com a universidade.

A educadora física, Jéssica Alves Ribeiro, que faz parte da pesquisa, relatou que cerca de 30 mulheres já participaram dos testes.

“Esse estudo é extremamente importante por conta de a população ter dificuldades em fazer atividades por muito tempo. Queremos facilitar isso e propor que com apenas uma hora de exercício em duas semanas a pessoa já consegue desenvolver um comportamento menos sedentário, passa a gostar da atividade física em si, e aproveitar os benefícios que são inúmeros”, reforça a educadora física.

A administradora Viviane Souza participou do teste e relata que depois disso nunca mais largou os exercícios. “Não tinha vontade de fazer nada, ficava apenas deitada. Mas, aí, voltei a me exercitar e, hoje, faço pilates. Além da academia, também faço capoeira”.

“Tem sido uma experiência muito boa, por ser fisioterapeuta não tinha muita noção do quanto a atividade física ajuda tanto na parte física como na mental. Já na minha formação, participar desse projeto me ajuda a procurar melhores evidências de tratamentos para meus pacientes e, além disso, proporciona um trabalho multidisciplinar”, destaca a fisioterapeuta e mestranda em Ciências do Movimento Vilma Lima Vilela.

As mulheres que se encaixam no perfil descrito pelos pesquisadores e quiserem participar do projeto, devem procurar o ambulatório do HU

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