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Educação e Tecnologia

Primeiro dia de aulas também foi de acolhimento para estudantes da Rede Estadual

Nesta quinta-feira, aulas voltaram para mais de 180 mil estudantes vinculados à Rede Estadual de Ensino

Guilherme Correia e Natália Olliver | 23/02/2023 18:12
O estudante Gabriel, ao lado da professora Jardeany. (Foto: Kísie Ainoã)
O estudante Gabriel, ao lado da professora Jardeany. (Foto: Kísie Ainoã)

Após o primeiro dia de aulas de 2023 na REE (Rede Estadual de Ensino), alguns pais e alunos relataram problemas em escolas de Campo Grande. Apesar de reclamações, há vários alunos que tiveram boa experiência nesta quinta-feira (23) e estavam animados com o ano letivo.

O estudante da Escola Estadual Maria Constança de Barros, Gabriel Aratani, de 16 anos, relata que se sentiu bem e acolhido no primeiro dia e participou de projeto para recepcionar os alunos novos. Gabriel tem paralisia cerebral e a mãe, Letícia Aratani, de 42 anos, comenta que ele passou as férias pedindo a volta dos estudos.

“Ele estava muito ansioso, passou as férias todas pedindo para voltar. Ele estudava em escola municipal e na Maria Constança, tem tido muito suporte na parte pedagógica, coordenadoria, direção. Sou muito feliz em estar nessa escola”, relata a mãe.

A unidade escolar recebeu reformas,  as quais Letícia elogiou: “O prédio novo está enorme e tão lindo. Ele [Gabriel] falou que tinha achado muito lindo e que andou muito na escola, hoje, porque o prédio que estava era pequeno”.

Letícia elogia a escola e os profissionais de educação . (Foto: Kísie Ainoã)
Letícia elogia a escola e os profissionais de educação . (Foto: Kísie Ainoã)

Desde que ele veio para a escola estadual, meu sentimento é de muita gratidão, tanto pela escola quanto pelos professores, coordenadores e direção, que receberam ele desde o princípio.”

Ela comenta que a deficiência que o filho tem, apesar de dificuldades, não costuma ser um problema durante a convivência escolar. “Querendo ou não, a criança especial, de uma certa forma ou de outra, sente um pouco. Tem dificuldades e sentimentos no dia a dia sim”.

“Porém, na Maria Constança de Barros, eu fui muito bem acolhida e ele também. As pessoas tem um olhar bem diferente, ele conhece todo mundo e a escola deu apoio a questão do esporte. Ele faz futebol, com apoio da Fundesporte”.

Jardeany Ribeiro, de 36 anos, é professora de apoio na Educação Especial e acompanha Gabriel, que agora está no segundo ano do Ensino Médio. “O papel do professor de apoio é possibilitar a autonomia dele. Não é no sentido de fazer tudo por ele, mas possibilitar novas experiências e, principalmente, a inclusão dentro da escola”.

Se tratando de escola de Ensino Médio, o público tem uma diferença. Apesar dele ter 16 anos, há características que parecem mais infantis, na comparação com outras crianças. Mas isso não é um problema, os estudantes da turma que vai entrar, agora no segundo ano, estão super envolvidos. Ajudam, auxiliam, e não têm essa questão de exclusão, é supertranquilo.”

Gabriel até se envolveu com o projeto de acolhimento dos alunos novatos. Já que está no segundo ano do Ensino Médio, é considerado “veterano” e, portanto, recebe os calouros. “Ele fez questão de fazer parte desse projeto de acolhimento. Alguns estudantes são selecionados voluntariamente, a direção entra em contato e pergunta se quer, e ele de prontidão quis. Ele ficou super empolgado”.

A estudante Milleny Pereira Domingos, de 13 anos, comenta que a volta às aulas na Rede Estadual tem sido boa para ela e os demais colegas. “Foi muito bom, o início das aulas foi estimulado, foi ótimo. A escola está ótima. Me senti muito acolhida, foi ótimo. Foi meu primeiro dia aqui, nessa escola, eu nunca tinha convivido com isso, e eu achei ótimo, muito bom”.

Entrada da Escola Estadual Maria Constança Barros, em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)
Entrada da Escola Estadual Maria Constança Barros, em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)

Problemas - Com cerca de 180 mil alunos e mais de 300 escolas, algumas unidades, no entanto, tiveram problemas relatados nesta quinta-feira. A Escola Estadual Professora Élia França Cardoso, no São Conrado, tinha amontoado de areia, pedra e restos de construção, além disso, também não tem uma parte do muro.

Em outro canto da cidade, estudantes da Escola Estadual Maestro Frederico Liebermann, que estão provisoriamente alocados na sede da Seleta (Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária), em Campo Grande, enquanto o colégio passa por reformas, se depararam com um matagal.

A Escola Estadual Blanche dos Santos Pereira, no Jardim Tijuca, recebeu alunos sem água e com prédio em manutenção, conforme denunciou professora. Segundo a docente, o ambiente tem "cheiro forte de tinta" e cano de água está quebrado desde quarta-feira.

Apesar de reclamações em relação à Escola Estadual Maria Constança de Barros, a reportagem apurou que havia falta de água específica em apenas um dos banheiros do auditório. Alunos também garantiram que a internet funciona normalmente.

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