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Educação e Tecnologia

Rotina complica, mas alunos e pais voltam às aulas confiantes no ensino híbrido

Com capacidade limitada em salas, escolas terão aulas escalonadas entre ensino à distância e presencial

Ana Oshiro e Alana Portela | 27/01/2021 10:12
Volta às aulas presenciais em 2021 no Colégio Adventista (Foto: Marcos Maluf)
Volta às aulas presenciais em 2021 no Colégio Adventista (Foto: Marcos Maluf)

Uma das maiores escolas particulares voltou à rotina hoje, pelo menos, parte da rotina. O ano letivo de 2021, teve início com ensino híbrido, ou seja, parte de maneira presencial e outra parte em ensino à distância. Essa foi a maneira encontrada para que alunos do Colégio Adventista e muitos outros da cidade pudessem voltar às salas de aula, e ao mesmo tempo, que as escolas atendessem o decreto municipal que define lotação máxima das salas.

Conforme definido em reunião com o MPE (Ministério Público Estadual), no dia 15 de janeiro de 2021, as escolas particulares foram autorizadas a recomeçar o ano letivo como estavam ao fim do ano passado: restritas à capacidade de 30%, sendo que para educação infantil o limite aumenta para 50%.

No Colégio Adventista as aulas recomeçaram nesta quarta-feira (27), no sistema híbrido e com escalonamento entre alunos, que terão aulas presenciais em certos dias da semana, e ensino remoto em outros.

Felipe com os pais, no 1º dia de aula este ano (Foto: Marcos Maluf)
Felipe com os pais, no 1º dia de aula este ano (Foto: Marcos Maluf)

Mesmo precisando se adaptar e sendo necessária criação de uma nova rotina na família, os pais e alunos do colégio aprovaram a medida. Com 10 anos, Luis Felipe estava animado com a volta às aulas, "estava sentindo falta dos professores da sala de aula e dos amigos, com a professora a gente consegue entender melhor a matéria", disse ele.

Para a mãe de Felipe, Mariangela Santos, de 39 anos e autônoma, o ensino híbrido ajuda muito e sentir segurança na escola, no cumprimento das medidas de biossegurança, motivou que os filhos voltassem a frequentar a escola.

"Os alunos precisam ir para escola sim, é importante para o desenvolvimento. Em casa nós precisamos trabalhar, as crianças ficam sozinhas ou com os funcionários de casa, que às vezes não tem experiência em relação. Temos que nos adaptar, mas é melhor assim", comentou Mariangela.

Rebeca aprova e prefere aula presencial (Foto: Marcos Maluf)
Rebeca aprova e prefere aula presencial (Foto: Marcos Maluf)

Servidor público, Gerson Martins de Oliveira, de 41 anos, achou a medida apropriada para o momento que estamos vivendo e para que todos possam frequentar a escola, a filha dele, Rebeca de Oliveira, que está no 9º ano, concorda. "Prefiro vir à escola, apesar de fazer pesquisa em casa, não é a mesma coisa de quem está na sala de aula, com os professores. E também estou sentindo falta dos amigos, do convívio na sala de aula e dos colegas", comentou a estudante.

Garantindo que todas as medidas de biossegurança sejam seguidas, Jean Ribeiro, diretor do colégio, explica que o ensino híbrido não deve gerar confusão entre pais e alunos, já que a escola se organizou e os pais entenderam e aceitaram que o escalonamento é a única maneira para que, nesse momento, todos tenham acesso às aulas presenciais.

"O professor está dentro da sala, dando aula e seguindo as medidas de segurança, com distanciamento, para uma parte dos alunos, enquanto os demais estão em casa assistindo a essa mesma aula, mas online. Alguns pais também preferiram continuar apenas com ensino à distância, por terem pessoas do grupo de risco em casa, esses alunos também continuarão tendo aulas normais", explica o diretor.

"Ensino híbrido não é o ideal, mas é melhor do que apenas aulas à distância", diz especilista (Foto: Marcos Maluf)
"Ensino híbrido não é o ideal, mas é melhor do que apenas aulas à distância", diz especilista (Foto: Marcos Maluf)

Mestre pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), no programa em saúde, educação e desenvolvimento na região do Centro-Oeste, Talita Martins explica que o ensino híbrido, apesar de não ser o ideal, ainda é melhor do que apenas manter os alunos em aulas à distância, mas é preciso manter uma boa comunicação entre pais e escola, para que as crianças e adolescentes não sejam prejudicados.

De acordo com a especialista, as crianças da Educação Infantil e até o 3º ano do Ensino Fundamental vão sofrer um pouco mais com o ensino híbrido, já que eles terão duas rotinas escolares diferentes, com alguns dias indo à escola, carregando mochila e encontrando professores e amigos, e outros dias estudando apenas de casa e lidando com a tecnologia para acessar as plataformas de ensino.

Medidas de biossegurança precisam ser seguidas à risca (Foto: Marcos Maluf)
Medidas de biossegurança precisam ser seguidas à risca (Foto: Marcos Maluf)

"Para uma criança pequena isso é um pouco mais difícil, ela demora um pouco mais para relacionar e aprender. Elas precisam de um suporte dentro de casa, durante o ensino remoto, com alguém acompanhando e tirando sua dúvidas. Já as crianças maiores, acima do 4º ano, e adolescentes, se adaptam melhor, pois eles já possuem mais maturidade emocional e organização para lidar com a situação. Mas atenção, os maiores também precisam de vigilância constante para um bom aproveitamento escolar, já que eles podem se dispersar com outras coisas enquanto usam o computador para assistirem aulas", conta Talita.

Outra observação feita pela mestre em educação é sobre a formação social das crianças menores, que além das aulas, também estão aprendendo a lidar com outras pessoas, a viver em sociedade, por isso as aulas presenciais são tão importantes para os alunos da Educação Infantil.

"Além da comunicação com a escola, para os pais conseguirem se organizar e terem sucesso na adaptação e nova rotina, é preciso explicar para os filhos que a escola que o ensino híbrido é para que os colegas também tenham acesso às aulas presenciais, por isso ele ficará alguns dias em casa e outros na escola. Uma boa comunicação com a escola também garante o melhor aproveitamento do ensino nessa nova rotina escolar, juntos fica mais fácil de identificar uma dificuldade e criar soluções para cada aluno", finaliza Talita.

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