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Educação e Tecnologia

Segurança e "novo normal" impulsionam matrículas em escolas particulares

Rede de ensino privada teve expansão de 10,6%, entre os anos de 2021 e 2022

Izabela Cavalcanti | 10/02/2023 09:38
Crianças indo para escola particular, em Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)
Crianças indo para escola particular, em Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)

O retorno dos alunos para a escola privada teve alta de 10,6% no ano passado, de acordo com o Censo Escolar 2022, divulgado pelo MEC (Ministério da Educação) e o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). O destaque maior foi para as séries iniciais, que mostra a retomada do pós-pandemia, tendo em vista que alguns pais retiraram os filhos da rede particular por não terem condições de pagar, devido à crise econômica, além do cenário de incerteza e de medo que o vírus trouxe.

Segundo o MEC, a queda mais significativa durante a crise sanitária foi justamente nessa rede de ensino.

O presidente do Sinepe-MS (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Mato Grosso do Sul), Audie Andrade Salgueiro, explica que o aumento maior foi nas escolas de Educação Infantil e que no auge da pandemia, os pais retiraram os filhos por medo, tendo em vista que a obrigatoriedade de entrar para a escola é com 4 anos.

“Naquele momento, os pais ficaram com medo do vírus, daquela situação do problema sanitário e retiraram essa criança da escola. Isso, realmente, fez com que fechasse muitas escolas que trabalham com este segmento de ensino. No segundo semestre de 2021, começou uma procura na escola por esse segmento, mas foi meio tímido por conta da incerteza”, pontua.

Agora, o novo momento faz com que os pais tenham mais segurança em voltar os filhos pequenos para as escolas privadas. “A gente começou a viver um novo normal, sem deixar de orientar, a gente continua com os protocolos de biossegurança, mas agora as famílias se sentem mais à vontade em fazer essa realocação. Esse aumento se deve a isso, na segurança em poder colocar por conta desse novo momento”, finaliza. Segundo o Sinepe, são 570 escolas particulares pelo Inep, em Mato Grosso do Sul.

A proprietária da Escola Turma da Mônica, Cleodoci Andrade, notou aumento de 10% na efetivação das matrículas no local. “Eu observei muita ligação, muita procura. Muitos que chegavam aqui já estavam vindo de outras escolas, interessados a vir para a rede particular”, destaca.

De acordo com ela, muitos pais reclamam da imprevisibilidade da rede pública. “O que falam é que escola pública para demais, que avisam de última hora”, explica a empresária.

No pico da pandemia, para conseguir segurar os alunos e não ter tanto prejuízo, Cleodoci deu desconto aos pais. “Eles pediram desconto na pandemia, porque tinha que pagar outras pessoas para cuidarem, e eu dei o desconto”, comemora.

No total, foram registrados 47,4 milhões de estudantes, em toda a educação básica, em 178,3 mil escolas pesquisadas. No ano passado foram 714 mil alunos a mais, aumento de 1,5%.

Educação infantil – As matrículas em creche cresceram em 2022, com aumento de 8,9% na rede pública e 29,9% na rede privada.

De acordo com o Censo, são 74,4 mil creches em funcionamento no País, sendo que 66,4% das matrículas são públicas e 33,6%, privadas.

A pesquisa revela, ainda, que as matrículas na pré-escola também aumentaram – entre 2019 e 2021, houve uma redução de 25,6% nas escolas privadas, mas a elevação de 20% nessa rede, no último ano, levou a um crescimento de 3,9% do total de matriculados na etapa.

Ensino Fundamental e Médio – No Brasil, o MEC pesquisou 178,3 mil escolas de educação básica, sendo de 122,5 mil ofertam alguma série do Ensino Fundamental.

Deste total, 105,4 mil atendem alunos do 1º ao 5º ano e 61,8 mil, do 6º a 9º ano. A rede municipal é a principal responsável pela oferta dos anos iniciais. Dos 10,1 milhões de estudantes, 85,5% correspondem à rede pública. Outros 18,9% dos alunos frequentam escolas privadas.

Além disso, a rede municipal atende 5,3 milhões de alunos e a estadual, 4,8 milhões, do 6° ao 9° ano. Já as escolas privadas, com 1,8 milhão de estudantes, reúnem 15,5% das matrículas.

Em relação do Ensino Médio, houve aumento de 1,2% nas matrículas, se comparado a 2021. No ano passado, foram registradas 7,9 milhões de matrículas.

As escolas estaduais atendem 6,6 milhões de alunos, tendo a maior participação. A rede federal participa com 232 mil alunos (3% do total). Já a rede privada possui cerca de 971,5 mil matriculados (12,3%).

Em relação ao turno da matrícula, 81,9% dos alunos do Ensino Médio estudam no período da manhã; 18,1% na parte da noite.

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