Semed garante que aulas começam mesmo no dia 3 de março; alunos terão reposição
Estudantes levarão atividades complementares para casa; aulas não serão repostas nos sábados
Em coletiva nesta manhã (10), a secretária municipal de Educação, Elza Fernandes, garantiu que o início das aulas na Reme (Rede Municipal de Ensino) deste ano está mantido para 3 de março e descartou novo adiamento e a adesão à modalidade remota de ensino.
A decisão de mudar a data inicial do ano letivo, antes prevista para a próxima segunda-feira (14), gerou repercussão, por parte de pais ou responsáveis. Nos comentários do Campo Grande News, houve mais de mil comentários, entre aqueles que eram favoráveis ou contrários à mudança.
A titular da Semed (Secretaria Municipal de Educação) ressalta que o adiamento de 10 dias letivos foi feito devido ao aumento geral de casos de covid-19, que afastou muitos servidores, tais como monitores, merendeiras, profissionais de limpeza, além de professores.
Desta forma, segundo ela, tornou-se mais difícil garantir a segurança e aprendizagem dos alunos, no início, devido ao desfalque de trabalhadores.
Neste período, os docentes continuam cumprindo expediente nas escolas, para que o planejamento letivo seja realizado - incluindo atividades complementares, que serão aplicadas aos alunos, para repor o período de inatividade. “Essas aulas serão levadas para casa, não serão [repostas] no sábado. Não vai afetar o calendário escolar.”
Ao todo, diz, são 13 mil trabalhadores vinculados à educação do município. Questionada, ela não soube precisar o total de infectados, mas afirmou que há unidades de ensino com até 10 servidores de licença médica, por conta da covid.
Fernandes também garantiu que não deve haver novo adiamento e que o ensino presencial será priorizado. “Não existe essa possibilidade de adiar mais e não existe possibilidade de iniciar [as aulas] de forma remota.”
Então, não tem como voltar com isso. Tem todo um protocolo de biossegurança e com esses servidores afastados, não tem como cumprir esse protocolo. As escolas não conseguem cumprir. Os alunos tiveram prejuízos pedagógicos e emocionais. Por isso, não tem como voltar de forma remota.”
Vacinação - O prefeito, Marcos Trad (PSD), já havia descartado a exigência de vacinação do público infantil, já que o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) só exige uso de vacinas listadas pelo Ministério da Saúde.
Até o momento, a pasta vinculada ao governo federal não tornou obrigatório imunizante contra o coronavírus. Ao menos, 19 vacinas têm caráter compulsório no público infantil e são aplicadas nos primeiros meses de vida do bebê.
Nesta manhã, a secretária Elza Fernandes reforçou que a prefeitura não tem respaldo jurídico para obrigar a imunização, mas orientou que os pais e responsáveis procurem garantir a proteção de seus filhos.
“O baixo número de crianças vacinadas é uma preocupação, mas não para adiar ou atrapalhar as aulas."
Ainda que a letalidade da covid-19 seja considerada baixa, em crianças e adolescentes, estes indivíduos podem se infectar com o vírus e até desenvolver casos mais graves.
Desde o início da pandemia, conforme dados da SES (Secretaria Estadual de Educação), ao menos 21 pacientes com menos de 18 anos foram a óbito pelo coronavírus em Mato Grosso do Sul. Oito tinham menos de cinco anos.
No total, a Capital possui 109 mil alunos matriculados na Reme. Entre as crianças de cinco a 12 anos, há cerca de 21% de crianças com a primeira dose. No entanto, vale lembrar que é preciso duas doses do imunizante para garantir total eficácia prevista contra casos graves da doença.
Por fim, a secretária municipal reiterou que práticas básicas de redução de danos serão feitas, como a obrigação do uso de máscaras, além de estratégias para incentivo ao distanciamento social e higiene das mãos com álcool em gel.
