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Educação e Tecnologia

UFMS lidera pesquisa sobre impactos e desafios de rota que “liga” MS à China

Pelo Oceano Pacífico, a viagem das mercadorias até o país da Ásia terá redução de 12 dias

Aline dos Santos | 30/06/2020 12:14
Corredor Bioceânico, que sai de Campo Grande, passa por Paraguai, Argentina e Chile. (Foto: Erick Wilke)
Corredor Bioceânico, que sai de Campo Grande, passa por Paraguai, Argentina e Chile. (Foto: Erick Wilke)

Planejado para aproximar as exportações do Estado e a China, o Corredor Bioceânico terá as potencialidades analisadas em pesquisa da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), com desdobramento nas áreas de logística, economia, turismo, direito e história.

“O papel da universidade é levantar e gerar dados e informações por meio da pesquisa para que as autoridades e demais atores envolvidos nesse projeto possam tomar as melhores decisões possíveis. A ideia é conduzir esses resultados de imediato à sociedade por meio das ações de extensão”, afirma  o coordenador do projeto, Erick Wilke, da Escola de Administração e Negócios da universidade.

O projeto multidisciplinar vai identificar as oportunidades e desafios gerados pela obra. O corredor viário, também chamado de Rota Bioceânica, se estenderá de Campo Grande a dois portos do Chile, num roteiro que também corta o Paraguai e a Argentina.

 A ligação vai encurtar a distância entre MS e a China, destinatária de 47,73% das exportações do Estado. Desta forma, haverá saída para dois oceanos: o Pacífico, acessado pelos portos chilenos de Antogafasta e Iquique, e o Atlântico, rota tradicional pelo Porto de Santos (litoral paulista). Pelo Pacífico, a viagem das mercadorias terá redução de 12 dias.

O projeto da UFMS tem a proposta de atender gestores públicos municipais, entidades associativas de classe, líderes comunitários, empresas (transportes, logística e turismo), pequenos produtores,  empreendedores e agricultores de base familiar.

A importância da pesquisa para o planejamento de ações da iniciativa pública e privada é destacada pelo ministro João Carlos Parkinson de Castro, coordenador Nacional dos Corredores Rodoviário e Ferroviário Bioceânicos e coordenador-geral de Assuntos Econômicos Latino-Americanos e Caribenhos do Ministério das Relações Exteriores.

“A infraestrutura física quando é implantada gera externalidades positivas e negativas. As positivas vão ser exploradas pelo setor privado, como os novos fluxos de comércio, novos investimentos, mais emprego, acesso à tecnologia. Agora tem as questões negativas que são igualmente importantes, como, por exemplo, o aumento do consumo da droga, como a modernidade vai conviver com as culturas tradicionais. São questões em que é importante abrir o espaço para o pensamento, para a ação universitária”, diz João Carlos.


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Responsabilidade - Segundo o titular da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, a pesquisa acadêmica será relevante no processo em que o governo vai traçar as políticas públicas.

“As pesquisas das universidades têm um papel fundamental para que, através da ciência, a gente consiga tomar decisões e avaliações de políticas públicas corretas. Temos uma grande responsabilidade, essas comunidades não vão conseguir ser autônomas na apropriação desse desenvolvimento, temos que ajudá-las para que elas construam os próprios projetos”, afirma o secretário.

Os recursos para o projeto de pesquisa são de emenda parlamentar do deputado federal Vander Loubet (PT), que é natural de Porto Murtinho, cidade de MS na rota do Corredor Bioceânico.  “O Estado está focado com o macro, em questões alfandegárias, de arrecadação, de oportunidades para o agronegócio e a indústria. Mas é importante que a gente tenha a dimensão total do que vai representar esse corredor, desde Campo Grande até Murtinho”, diz Vander.

Os impactos da construção da rota também são debatidos pela UFMS em eventos e projetos como a UniRILA (Rede Universitária da Rota de Integração Latino Americana).

UFMS dividiu pesquisa em cinco eixos: logística, economia, turismo, direito e história. (Foto: Arquivo)
UFMS dividiu pesquisa em cinco eixos: logística, economia, turismo, direito e história. (Foto: Arquivo)


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