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Mesmo sem conhecer vítimas de abuso em consulta, temor é rotina para mulheres

Polícia Civil investiga denúncia de importunação sexual contra o ginecologista de Campo Grande

Aletheya Alves | 25/08/2020 07:21
Sede do CRM, que investiga denúncia contra médico durante consulta em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)
Sede do CRM, que investiga denúncia contra médico durante consulta em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)

Na semana passada, uma paciente procurou a polícia para denunciar o ginecologista Salvador Lopes de Arruda, de 67 anos, que a assediou durante consulta. Na enquete desta segunda-feira (24), 73% dos leitores votaram que não conhecem alguém que já sofreu abuso em situação parecida.

Além da última denúncia, o médico é alvo de outras duas investigações policiais derivadas de acusações de assédio vindas de técnicas de enfermagem da Maternidade Cândido Mariano, de onde foi afastado. Também vai ser alvo de sindicância do CRM (Conselho Regional de Medicina).

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Mesmo sem conhecer vítimas que já sofreram abuso durante consulta, opinião de mulheres indica o medo até na hora de cuidar da saúde.  Anna Christina da Silva, de 44 anos, diz que tem receio de situações parecidas.

Nunca fiquei sabendo de ninguém, mas tento evitar possíveis situações. Procuro médicas invés de médicos, isso para tentar garantir uma tranquilidade maior”, explica.

Também parte dos 73% dos leitores, Jucimeire Soares dos Santos, de 46 anos, conta que olhos precisam ficar bem abertos.

"Você precisa prestar atenção para ver se não tem nada de estranho. Qualquer coisa eu acho fora da normalidade já reajo ou algo do tipo".

Jucimeire Soares dos Santos, de 46 anos, diz que costumar ficar atenta durante consultas. (Foto: Silas Lima)
Jucimeire Soares dos Santos, de 46 anos, diz que costumar ficar atenta durante consultas. (Foto: Silas Lima)

Aposentada, Marlene Duchini, de 62 anos, relata que não conhece ninguém próximo, mas que ficou assustada ao ver o nome do médico Salvador Lopes de Arruda nos jornais.

“Eu já o conhecia como médico, nunca fiz consulta, mas sabia que ele era conhecido. Bem complicado ver isso, uma pessoa que era para ser confiável”, diz.

Investigado, o ginecologista atua há quase 40 anos em Campo Grande e já foi diretor-geral do Hospital Regional.

Todas as denúncias estão em fase de investigação. O profissional vai ser ouvido por último pela Deam e, no CRM, terá oportunidade de defesa. Ele nega as acusações.

Denúncia do tipo, envolvendo qualquer profissional, podem ser feitas tanto na autarquia que regula a profissão, o CRM, quando na Polícia Civil, onde os casos correm em sigilo.

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