Maioria vê crescimento da violência urbana em Campo Grande durante pandemia
Estatísticas mostram que homicídios aumentaram mais que o dobro em relação ao mesmo período de 2019
Indagados sobre violência urbana durante a pandemia, a maioria dos leitores que responderam à enquete do dia do Campo Grande News indicaram que impressão é de aumento nos números. Estatísticas da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) mostram que pelo menos um crime grave, o de homicídio, de fato teve aumento nos números: o total deste ano é mais que o dobro do mesmo período de 2019.
No total, 84% dos leitores indicaram que impressão é de aumento na violência urbana em Campo Grande durante a pandemia.
Na última quinta-feira (20), um episódio de violência foi uma das notícias mais lidas, o assassinato do policial civil Joel Benites, de 53 anos, durante tentativa de assalto em rua do Jardim Leblon.
Manicure, Paola de Jesus, 36 anos, acredita que violência aumentou consideravelmente desde o dia 11 de março, quando a Organização Mundial da Saúde declarou situação de pandemia da covid-19.
"Muita gente já estava em situação ruim, sem dinheiro. Com a pandemia as coisas pioraram e o pessoal deve ter partido para esse outro lado, do crime mesmo. Acho que é importante a gente tentar ajudar quem precisa porque está difícil para todo mundo", diz.
Também acreditando no aumento de casos, Nilson Lopes, de 39 anos, diz que ações governamentais são necessárias para tentar mudança de cenário.
“A gente vê que tem aumentado muito, se continuar assim vai ficar difícil. É só ver o policial que morreu essa semana”, diz.
Sem perceber grandes mudanças, o construtor Everaldo Medeiros, de 51 anos, relata que a situação da violência parece não ter sido afetada. “Acho que continua a mesma coisa, ao menos não percebi algo específico”.
De acordo com os números da Sejusp, os números de violência doméstica diminuíram em 22,6%, enquanto os crimes de feminicídio subiram 25% durante o período da pandemia, em relação a 2019.