Léco Ribas pedalou de Campo Grande a Balneário Camboriú para ajudar projeto

“Enquanto eu pedalava, eu vendia rifas”, explica Cláudio Ribas, conhecido como Léco, que pedalou de Campo Grande até Balneário Camboriú (SC) neste mês. Muitos pelo caminho acharam que enfrentar 1.313 km de estrada era uma loucura, mas ele conseguiu transformar o sonho pessoal em realidade, ajudando e sendo ajudado pelo caminho.

“Era um lance meu fazer esse percurso. Aí eu associei a esse projeto que é fantástico do Paulo Ricardo, o ‘MS Pedalando para o Futuro’, da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul). A gente está fazendo uma rifa para pagar oito bicicletas que pegamos para dar para as crianças do projeto. Cada número é R$ 25 e o prêmio é meu uniforme oficial. Conseguimos pagar seis, restam duas”, explicou.

Ele afirma que não é influencer, mas começou a pedalar há sete anos e quando decidiu fazer a viagem fez uma espécie de diário de bordo dos dez dias que fez o percurso. “Eu tenho minha empresa, sou coach especialista em PNL, não vivo de Youtube ou Instagram. Mas fiz a transmissão da viagem e os registros. As pessoas começavam a fazer Pix para ajudar com a rifa, algumas pagaram hotel para mim. Eu juro que não imaginava que ia receber toda essa ajuda”, comentou.

O projeto era sair de Campo Grande no dia 17 de dezembro deste ano, às 4h, e concluir a viagem em oito dias. Apenas o começo do plano deu certo. “A viagem foi três vezes pior do que eu pensava. Eu planejei tudo certinho, mas não contava que minha bicicleta que pesa 11kg iria chegar a 29 kg com a bagagem. Então foi mais dor, mais sede, mais fome, mais momentos difíceis. Não por falta de dinheiro, nada disso. Mas pelo excesso de peso. Não me pergunte se eu faria de novo, porque eu realmente não faria”, revelou Léco, que chegou a pensar em desistir no caminho.

No terceiro dia de viagem ele perdeu o celular, após o aparelho sofrer uma queda e quebrar. O empresário já estava em Rolândia (PR) e teve que esperar ajuda de amigos que desciam para a praia para levar um novo telefone para ele.

“Teve momentos muito difíceis. Estradas sem acostamento. Estou todo assado, sem bunda e com a virilha em carne viva. Mas não desisti porque eu não estava pedalando sozinho. Tinham amigos e pessoas que eu não conheço pessoalmente, que são do Maranhão, do Pará, de São Paulo, que me mandavam mensagens de apoio. Eu sentia que um caminhão tinha passado pelo meu corpo, mas ao ler todos aqueles recados me dava um gás para continuar”, ressaltou.

Por isso, no dia 27 de dezembro, às 3h, ele concluiu a viagem após dez dias pedalando. Depois de passar o aniversário da filha e o Natal longe da família, Léco conta que desabou. “Chorei pra caramba. Porque tinha acabado todo o meu sofrimento. Foi uma sensação de dever cumprido. Agora já penso em breve fazer uma cicloviagem para Bolívia”, concluiu.

Na postagem das redes sociais ele descreveu os dez dias da seguinte forma: “Foram dias incríveis. Fiz amizade com a dor, a fome, a sede, a água quente, as subidas, o medo, a escuridão, a chuva, a exaustão, o limite, a paciência, o vento forte, o frio e o calor intenso.
 A essência que todo ser humano tem mas o dia a dia nos rouba. Eu descansei na exaustão, descobri que o "no meio do nada", na verdade é o "meio do tudo". Fui literalmente guiado por Deus, senti seu cuidado e zelo, ouvi várias vezes a sua doce voz!!!”. Confira abaixo:

Ele ganhou vários amigos no caminho, presentes e uma tatuagem que marcou na pele o desafio que enfrentou. Nesta sexta-feira (30) Léco embarcou em um avião no Aeroporto de Navegantes para voltar para casa.

E apesar da experiência, ainda restam pagar duas bicicletas para ajudar as crianças vulneráveis atendidas pelo projeto que oportuniza a prática do ciclismo e a descoberta de talentos para Mato Grosso do Sul. Para ajudar basta comprar um número da rifa, por R$ 25, pelo Pix 791.093.221-91. Mais informações pelo telefone (67) 99260-9191. Siga as redes sociais de Léco. No Instagram @lecoribas.mtb e no Youtube Léco Ribas MTB.