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Esportes

Melhor jogadora da Taça Brasil de Futsal, Kamila Lobo ressalta trajetória

Ala do time da Serc/UCDB começou a carreira em uma escola no interior do Estado

Gabriel de Matos | 22/11/2022 10:15
Kamila Lobo, camisa 10, comemorando gol na Taça Brasil de 2022 (Foto: Mauricio Moreira/CBFS)
Kamila Lobo, camisa 10, comemorando gol na Taça Brasil de 2022 (Foto: Mauricio Moreira/CBFS)

Eleita a melhor jogadora da Taça Brasil de Futsal 2022, umas das principais competições de futsal do país, Kamila Gonçalves Lobo tem 31 anos e joga futsal desde a época de escola. Nascida em Dourados, distante 192 km de Campo Grande, ela começou jogando na Escola Estadual Ramona da Silva Pedroso. A ala faz parte do time da Serc/UCDB desde a junção das instituições.

A atleta vive um momento de conquistas na história do clube. A equipe foi a vice-campeã da Taça Brasil de Futsal e teve participação na Copa Mundo. Na primeira competição, a camisa 10 foi a artilheira com sete gols em seis partidas.

No entanto, antes de jogar futsal, Kamila Lobo contou que seu primeiro esporte foi handebol. Anos mais tarde, ainda no colégio estadual, mudou para o futebol de salão. O segundo time que ela jogou foi a equipe do Colégio Anglo. “Eu ganhei uma bolsa para o Anglo. Eu fiz o meu ensino médio lá”.

A sequência da carreira foi a vinda para Campo Grande. Ela ganhou uma bolsa de estudos na UCDB (Universidade Católica Dom Bosco). Desde então, a douradense compõe o time da Universidade.

Há dois anos, houve a fusão com a Serc, de Chapadão do Sul, para disputa dos campeonatos. “Eu tenho mais de 15 anos de carreira. Já atuei por times de São Paulo, mas apenas para disputa de alguns campeonatos. Fora isso, sempre joguei pela UCDB”.

Kamila foi a melhor jogadora e artilheira com sete gols da Taça Brasil de 2022 (Foto: Arquivo Pessoal)
Kamila foi a melhor jogadora e artilheira com sete gols da Taça Brasil de 2022 (Foto: Arquivo Pessoal)

Dificuldades - A jogadora de 31 anos relata que existem dificuldades no contexto do futsal sul-mato-grossense. A principal relatada é a “falta de apoio”. Kamila conta que as mulheres do time não vivem somente do esporte. “Todas as meninas do time trabalham durante o dia e treinam de noite. É uma carga horária muito grande, porque não temos como viver somente do futsal igual às grandes equipes do Brasil”.

A camisa 10 exalta a qualidade do time que conseguiu o vice-campeonato da Taça Brasil de 2022. “Nós temos um time muito bom, jogadoras muito boas aqui no Estado, mas não temos tanto apoio. Graças a Deus, nós temos a universidade que sempre nos apoiou com bolsa de estudos”. Ela ainda destaca o apoio da Prefeitura de Campo Grande, Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul) e do clube.

Além disso, Kamila cita que as oportunidades oferecidas para sair de Mato Grosso do Sul não a estimulam. Os baixos salários e condições não dão a ela “gosto de sair de casa”. A atleta ainda completa que se fosse algum clube europeu, “talvez compensaria”.

Recentemente, ela foi convocada pela Seleção da CBFS (Confederação Brasileira de Futebol de Salão). No entanto, ela não foi por conta de ter fraturado o dedo nos JUBs (Jogos Universitários Brasileiros).

Gol da equipe da Serc/UCDB marcado por Kamila na Taça Brasil (Foto: Mauricio Moreira/CBFS)
Gol da equipe da Serc/UCDB marcado por Kamila na Taça Brasil (Foto: Mauricio Moreira/CBFS)

Momento brilhante - Kamila ressalta que os últimos dois anos foram de conquistas individuais e coletivas. A principal campanha da Serc/UCDB foi o vice-campeonato na Taça Brasil de 2022. O time sul-mato-grossense perdeu por 3 a 0 para o Stein Cascavel, do Paraná, na final.

A jogadora avalia que este ano de 2022 foi o auge. “Por mais que a gente viva na correria de treinamentos, de trabalho, eu acho que chegamos a um patamar muito bom. Ficamos em segundo lugar na Taça Brasil contra várias equipes grandes do País”.

Para as mulheres da equipe foi um orgulho enorme. Kamila também valoriza o coletivo para ter ganhado os prêmios individuais de artilheira e melhor jogadora. “Foi muito bom, uma superação de toda a equipe. Sem elas, eu não teria conseguido. Foi muito importante”.

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