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Esportes

Mesmo campeã, Joyce continua dependendo da bala baiana para competir

Amor pelo esporte superou a timidez e já são 2 anos vendendo os doces para contornar falta de patrocínio

Por Kamila Alcântara | 15/02/2024 16:14
Joyce no Mundial do Rio de Janeiro, que também foi custeada pelas vendas de balas baianas. (Foto: arquivo pessoal)
Joyce no Mundial do Rio de Janeiro, que também foi custeada pelas vendas de balas baianas. (Foto: arquivo pessoal)

Com sorriso espontâneo e longos cabelos cacheados, a atleta campo-grandense de jiu-jitsu, Joyce Hungria, de 19 anos, não consegue se livrar das balas baianas. Não que ela reclame, pelo contrário, já se acostumou a vender os doces e assim continuar progredindo no esporte.

Na categoria meio-pesado faixa roxa, o próximo desafio é chegar ao Campeonato Nacional da CBJJ (Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu), que acontece em Barueri (SP) no mês de abril.

Ela conheceu a modalidade aos 13 anos, no projeto social chamado Arte que Salva, realizado no Bairro Caiobá, na região sul de Campo Grande, onde mora com a família. Foi após um Campeonato Estadual, que rendeu 2º lugar, que a caminhada profissional avançou.

Mas, sem incentivo do poder público, comprar quimonos, viajar até outras cidades para competir, garantir alimentação e tudo que envolve o esporte é caro e ela não tinha como se manter.

“Meu pai biológico sempre vendeu balas e eu achava legal. Um dia ele e meus irmãos me estimularam a vender, no meu bairro mesmo, o Iracy Coelho. Eu sou muito tímida, mas vendi as primeiras 24 balas e desde então não parei. Na verdade, não é mais um peso para mim, gosto porque é para o meu esporte”, diz Joyce.

Atleta em sua participação no Sul Brasileiro de Jiu-Jitsu de SC e no Open Internacional de SP. (Foto: arquivo pessoal)
Atleta em sua participação no Sul Brasileiro de Jiu-Jitsu de SC e no Open Internacional de SP. (Foto: arquivo pessoal)

E o trabalho à noite, de bar em bar, em restaurantes e lanchonetes, fez Joyce chegar longe.

Ela conquistou o 1º lugar no Mundial Desportivo do Rio de Janeiro; ficou em 2º no Brasileiro de Jiu-Jitsu de Santa Catarina e em 3º no último Open Internacional de São Paulo. O Nacional deste ano é mais um passo importante em sua caminhada esportiva e currículo de atleta.

“Todo atleta sonha em ser campeão brasileiro da CBJJ, pois é um nível muito alto. Ganhar um campeonato brasileiro, sentir aquela energia, para mim é um sonho realizado. É o sonho da Joyce de 13 anos, quando me apaixonei pelo esporte”, concluiu.

Além de vender os doces em bares da região central de Campo Grande, Joyce estuda Educação Física. Para as pessoas que desejam colaborar ou comprar as balas baianas, o Whatsapp e Pix da atleta é o (67)97400-6914. Você também pode acompanhar sua jornada pelo Instagram @joyce_hungriabjj .


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