Santos supera o Corinthians, afasta rival da briga e se aproxima da Libertadores
O baixinho Soteldo ficou apenas 17 minutos em campo nesta quarta-feira. Foi o suficiente para dar graça a um jogo chato, fraco tecnicamente e levar o Santos à vitória por 1 a 0 sobre o Corinthians, na Vila Belmiro. Triunfo que deixa o time próximo de vaga na Libertadores e praticamente acaba com as chances do rival. A equipe de Cuca chegou a 53 pontos, em oitavo lugar na tabela do Campeonato Brasileiro. O time de Vagner Mancini é o 10º, com 49. O Athletico-PR (nono, com 50) também briga.
Foi a sétima vitória seguida do Santos sobre o Corinthians na Vila. O primeiro tempo esteve longe do nível técnico que se espera de um clássico. O jogo foi amarrado, com muitos erros de passes, momentos de perde e ganha, tentativas de ligação entre e defesa e ataque inúteis e pouca criatividade.
Até a interrupção da partida por queda de energia que apagou boa parte dos refletores do estádio - o que ocorreu aos 12 minutos -, o Corinthians estava melhor. Jogando pelos lados, com Gustavo Mosquito e Mateus explorando as costas de Pará e Felipe Jonatan, respectivamente, encontrou uma alternativa de jogo melhor do que o Santos que, sem o desgastado Soteldo (estava no banco), tinha dificuldade em jogar à base da velocidade.
Isso rendeu ao Corinthians duas boas chances. A primeira logo aos 2 minutos, com chute de fora da área de Mateus Vital, que João Paulo espalmou para escanteio. Três minutos depois, Mosquito recebeu em velocidade pelo lado direito, mas, ao entrar na área, perdeu tempo e permitiu que a zaga santista cortasse, evitando o chute.
A parada de 16 minutos por causa da falha na iluminação atrapalhou tecnicamente o jogo. Na retomada, praticamente nada de aproveitável se viu. O clássico continuou truncado, com muitos erros de lado a lado, algumas jogadas bisonhas e vários chutes tortos.
Exemplo disso que o lance que pode ser considerado o mais perigoso foi uma cabeçada fraca de Luiz Felipe, que Cássio defendeu sem problemas.
"Essa queda de energia atrapalhou, tivemos um ritmo forte no começo com as melhores chances’’, analisou Mateus Vital no intervalo. "Difícil voltar com o mesmo ritmo após 15 minutos parado."
O Santos voltou com Soteldo, que estava sendo poupado, no lugar de Ivonei. Foi a tentativa de Cuca de tornar o time mais ofensivo, é consequentemente mais competitivo. E o venezuelano mudou a partida.
Foi ele que criou a primeira boa chance do time do jogo, ao receber em velocidade - em posição duvidosa - penetrar e chutar duas vezes: Cássio rebateu a primeira conclusão e Fábio Santos desviou a segunda.
Foi ele que teve participação decisiva no primeiro gol do Santos, ao chutar da entrada da área e obrigar Cássio a espalmar Marinho pegou o rebote e tocou para Marcos Leonardo, com o gol livre, marcar, aos 9.
Só então Mancini mexeu no time, colocando Cazares e Otero nos lugares de Araos e Mosquito. Logo depois, tirou Léo Natel e colocou Jô. Passou a apostar no poder de chute e cruzamento dos dois estrangeiros.
Aos 17 minutos, Soteldo, depois de mudar o jogo, voltou a sentir dores musculares e deixou o campo. Mas já havia dado ao Santos a vantagem. Com isso, Cuca deixou o time mais cauteloso. Impedia o Corinthians de armar jogadas e, ao retomar a bola, buscava contra-atacar.
Como o Corinthians não conseguia articular jogadas nem fazer cruzamentos para Jô, o Santos ficou confortável no jogo. Preocupou-se até o fim em segurar o adversário e a vitória.