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Esportes

Sem dinheiro de Moon há 18 meses, Cene sonha com volta do incentivo

Helton Verão | 09/05/2014 18:00
Reverendo Moon morreu no dia 2 de setembro de 2012. De lá para cá o Cene tem caminhado com suas próprias forças e parcerias
Reverendo Moon morreu no dia 2 de setembro de 2012. De lá para cá o Cene tem caminhado com suas próprias forças e parcerias

O hexacampeão sul-mato-grossense Cene (Clube Esportivo Nova Esperança) ficou conhecido logo quando surgiu no futebol profissional, em meados de 1999, ainda na cidade de Jardim, por ser o clube fundado por Sun Myung Moon, o reverendo Moon. O Furacão sempre recebeu incentivo para se manter no futebol, cerca de US$ 50 mil mensais, mas desde que Moon faleceu, há um ano e oito meses, o clube depende das próprias pernas para caminhar e conseguir incentivos.

São quase dois anos sem o apoio da seita, mas com muito sucesso. O clube se sagrou bicampeão Estadual e já figura como o terceiro maior vencedor de Mato Grosso do Sul, a dois do segundo, o Comercial. Mesmo assim ainda sonha com o retorno do apoio da Igreja da Unificação, fundada pelo reverendo Moon. “Fomos muito bem nesses dois anos sem o reverendo, mas ainda sonho com o retorno da igreja para o nosso clube. Garanto que com ela podemos sonhar com voos altos, estou falando de primeira divisão brasileira”, almeja o presidente do clube, José Rodrigues.

O fim do investimento da igreja obrigou a equipe auriceleste a correr atrás de parceiros. Mesmo em grande quantidade, nunca se igualou a quantia que recebia antigamente.

O clube este ano contou com os patrocínios entre oito a dez empresas e ainda passou aperto para pagar as contas. “Não teremos vergonha nenhuma de voltar a receber apoio da igreja. É uma parceria ou patrocínio como outro qualquer, precisamos dele para sobreviver”, ressalta o diretor de futebol Paulo Telles, quando questionado sobre as brincadeiras que sempre envolveram torcedores rivais.

"Tudo o que Cene conquistou foi graças a ele", completa.

No quadro, reverendo Moon com uma das taças conquistadas pelo Cene
No quadro, reverendo Moon com uma das taças conquistadas pelo Cene

O vínculo com todos os patrocinadores do primeiro semestre já se encerrou. “Atualmente não temos nenhum investidor para bancarmos o elenco no Campeonato Brasileiro da Série D”, lamenta Telles.

A seita - A organização religiosa que o reverendo Moon fundou em 1954, após ter sido rejeitado pelas igrejas protestantes sul-coreanas, é uma das mais controversas do mundo e é considerada uma seita em vários países.

A Igreja da Unificação é famosa por casamentos coletivos de milhares de casais. Suas ramificações no mundo dos negócios vão do setor da construção civil à educação e mídia.

Sun Myung Moon nasceu em uma família de agricultores em uma região que hoje pertence à Coreia do Norte. Ele afirmou que aos 15 anos teve uma visão de Jesus Cristo, que lhe disse de continuar sua missão interrompida pela crucificação.

Apesar do fim da ‘parceria’ com a igreja, muitos funcionários do Cene, inclusive o presidente, ainda são seguidores da seita. Um coreano ainda tem cargo cativo no clube e opina em todas as decisões. Na final contra o Águia Negra, no Morenão, mais dois adeptos coreanos foram convidados vips do clube nesta tentativa de reaproximação.

Além do Furacão Amarelo, o reverendo Moon investia em mais dois clubes no mundo, o Atlético Sorocaba e o Seongnam FC, clube da primeira divisão da Coreia do Sul, que inclusive disputou o terceiro lugar do Mundial de Clubes da Fifa, em 2010, contra o Internacional de Porto Alegre.

O reverendo Moon morreu no dia 2 de setembro de 2012. Boa parte do seu patrimônio foi construída em Mato Grosso do Sul, principalmente no município de Jardim, onde chegou em 1996 para instalar a igreja.

O Cene é o único representante do futebol do Estado no Campeonato Brasileiro da Série D, que tem a previsão de início entre junho e agosto.

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