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Esportes

Sete atletas de MS são esperança de medalhas nas Paralimpíadas de Tóquio

Ao todo, Brasil contará 260 atletas, sendo 7 representantes do Estado

Jhefferson Gamarra | 23/08/2021 15:48
Atleta Yeltsin Jacques durante a chegada em Tóquio. (Foto: Arquivo Pessoal)
Atleta Yeltsin Jacques durante a chegada em Tóquio. (Foto: Arquivo Pessoal)


Os jogos Paralímpicos de Tóquio começam nesta terça-feira (24). Potência em diversas modalidades, a delegação brasileira em solo japonês foi composta por 434 pessoas, entre atletas, staff e comissões técnicas. Dos 260 atletas, 7 são representantes da Mato Grosso do Sul, entre eles, alguns medalhistas em edições anteriores das Olimpíadas e em competições internacionais.

Uma das principais esperanças de medalha estão depositadas no campo-grandense Yeltsin Ortega Jacques. O atleta que nasceu com baixa visão, conheceu o atletismo ajudando um amigo totalmente cego a correr. Sua primeira competição na carreira foi nas Paralímpiadas Escolares, em 2007. De lá pra cá, Yeltsin conquistou o ouro nos 1.500m, nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019; ouro nos 1.500m e nos 5.000m dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015; prata nos 1.500m e bronze nos 800m, no Mundial de 2013, na França.

Natural de Três Lagoas, Ricardo Costa de Oliveira, conquistou medalha de ouro no salto em distância na edição dos Jogos Paralímpicos realizados no Rio de Janeiro, em 2016. Com apenas 2 anos de idade, Ricardo, que hoje tem 39, já apresentava dificuldade para enxergar. Em 1996, descobriu que possuía a doença de Stargardt, que já estava em estágio avançado e o deixou cego totalmente. Iniciou no esporte com corridas de rua e depois passou para as provas de pista do atletismo. A estreia de Ricardo aconteceu apenas em 2017, no Mundial de Doha, no Catar. Além da medalha olímpica, o atleta conquistou o bronze no Mundial de Londres 2017.

Também de Três Lagoas, a atleta Silvânia Costa de Oliveira tentará repetir a dose dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, onde subiu no lugar mais alto do pódio no salto em distância. Quando criança, Silvânia foi diagnosticada com uma enfermidade chamada Doença de Stargardt, que reduz a visão com o passar do tempo. A sul-mato-grossense também conquistou o ouro no salto em distância nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015 e no Mundial de Doha 2015.

Silvânia Costa de Oliveira conquistou medalha de ouro no Rio e quer repetir a dose em Tóquio. (Foto: Arquivo Pessoal)
Silvânia Costa de Oliveira conquistou medalha de ouro no Rio e quer repetir a dose em Tóquio. (Foto: Arquivo Pessoal)

Fechando os representantes do atletismo, Fabricio Júnior Barros, natural de Naviraí, nasceu com toxoplasmose, doença que afeta a visão e, aos 14 anos, sofreu um deslocamento na retina. Em 2013, por meio de uma associação para deficientes visuais, conheceu o atletismo. Na bagagem, Fabrício carrega uma medalha de bronze conquistada nos 100m do Mundial Dubai 2019; além do ouro nos 100m e bronze nos 400m nos Jogos Parapan-Americanos Lima 2019.

Da canoagem, Fernando Rufino, conhecido como "Cowboy de Aço", é natural de Itaquiraí, e descobriu o esporte após ser atropelado por ônibus que lhe tirou parcialmente o movimento das pernas. Multicampeão, o sul-mato-grossense coleciona medalhas em competições internacionais. Rufino foi Ouro no caiaque e na canoa no Campeonato Pan-Americano 2018, em Dartmonth, no Canadá; bronze no caiaque e prata na canoa no Mundial em Mantemor-o-Velho 2018, em Portugal; ouro no Campeonato Sul-Americano de Canoagem 2017, em Paipa na Colômbia e bronze no caiaque no Mundial de Milão 2015, disputado na Itália.

Sul-mato-grossense Cowboy de Aço durante treinamento com a seleção brasileira. (Foto: Arquivo Pessoal)
Sul-mato-grossense Cowboy de Aço durante treinamento com a seleção brasileira. (Foto: Arquivo Pessoal)

Também da canoagem, vem outra esperança de medalha, a atleta Débora Raiza Ribeiro, que nasceu com má-formação nos membros inferiores iniciou a carreira no atletismo, porém foi nas águas que descobriu a verdadeira vocação. A canoísta conquistou ouro no caiaque e na canoa no Campeonato Pan-Americano 2018, em Dartmonth, no Canadá; prata na canoa no Mundial de Racice 2017, na República Tcheca; ouro no caiaque no Campeonato Sul-Americano de Canoagem 2017, em Paipa, na Colômbia; prata na canoa no Mundial da Alemanha 2016 e bronze na canoa no Mundial de Milão, em 2015.

Além dos atletas que disputarão as medalhas, Mato Grosso do Sul conta com Vilmar Roberto Dias na delegação brasileira presente em Tóquio. O staff nascido em Fátima do Sul, será um dos guias da maratonista Edneusa de Jesus. A atleta baiana conquistou o bronze na maratona dos Jogos Rio 2016 e pretende subir novamente no pódio em Tóquio.

Essa é a segunda maior delegação que o Brasil já enviou para as Paralimpíadas. O número de paratletas brasileiros na capital japonesa só é superado pela participação nos Jogos Rio 2016, que contou 286 atletas no total, ficando em 8º lugar no ranking de medalhas. Na última edição fora do Brasil, em Londres 2012, o Brasil compareceu com 178 atletas.

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