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Jogo Aberto

Ong que faz casas não tem uma para chamar de sua

Waldemar Gonçalves | 07/07/2016 06:00

Morar onde? – A Morhar Organização Social, que fez convênio de R$ 3,6 milhões com a Prefeitura de Campo Grande para construir em regime de mutirão casas populares a moradores removidos da favela Cidade de Deus, ironicamente não tem uma casa para chamar de sua.

Residência fixa – Mais que isso, a Morhar vive mudando de endereço. Em 2012, segundo documentação averiguada pela reportagem do Campo Grande News, ocupava imóvel na Vila Planalto. Em outra consulta, aparece que a empresa tem sede no bairro Chácara Cachoeira, uma das regiões mais nobres da Capital.

Sem-teto – No endereço bairro Chácara Cachoeira só restou um pedaço de placa da Ong. Segundo consta, há um ano a Morhar não está mais lá. O diretor, Rodrigo da Silva Lopes, por dois dias se negou a fornecer o endereço atual à reportagem. Prometeu enfim, falar hoje, por meio de nota, onde fica sua instituição ‘especialista’ em casas populares, mas sem-teto.

Favela para todos – O vereador Eduardo Romero (Rede) tem reclamado em todas as sessões da Câmara do “desrespeito” do prefeito, Alcides Bernal (PP), com as famílias de catadores de recicláveis. Repete que Bernal transformou uma favela, a Cidade de Deus, em quatro, referindo-se aos assentamentos para onde as famílias foram levadas e dividem condição precária. “Há 10 anos Campo Grande não tinha nenhuma favela e hoje já temos sete favelas catalogadas pelo IBGE na Capital”, discursou.

Reajuste zero, burocracia total – Após ameaçar ir à Justiça contestar o projeto de lei que reajusta em 9,57% o salário dos servidores, a Prefeitura admitiu que ainda não entrou com nenhuma ação contestando a emenda parlamentar que subiu o reajuste de 3,31% oferecido pelo Executivo. A justificativa é que os vereadores não enviaram os documentos necessários para o ingresso. Enquanto isso, os funcionários do Município continuam com reajuste zero.

Barrados no posto – Vereadores foram impedidos de vistoriar duas UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) ontem, na região do Imbirussu. Não foi a primeira vez. Queriam checar denúncia, recorrente, de falta de médicos e medicamentos. Porém, como a visita foi surpresa, a Prefeitura barrou a entrada sob a justificativa de que precisam de autorização prévia da Secretaria de Saúde. Já os vereadores argumentam que a Lei Orgânica Municipal o livre acesso dos parlamentares a órgãos públicos.

Defesas a todo vapor – Notificados pela Justiça a apresentarem suas defesas à denúncia da Operação Coffee Break, políticos e empresários agora correm contra o tempo, frente ao prazo que vence dia 18 de junho. Entre os 14 vereadores indiciados, uma das defesas “mais esperadas” nos bastidores da política é a de Otávio Trad (PTB), de tradicional família de políticos e que empresta o sobrenome a renomados e bem pagos advogados da Capital.

Comissionados – O presidente da Câmara, vereador João Rocha (PSDB), admitiu necessidade eminente de fazer concurso público na casa de leis. É que o Ministério Público Estadual contesta na Justiça a quantidade de comissionados, “assustadoramente” maior que a de funcionários efetivos. “Mas, com o período eleitoral que começou fica difícil”, disse Rocha, sem apontar alternativas à ação civil pública que pede a redução do número de comissionados.

PPS ao triplo – A vereadora Luiza Ribeiro, única representante do PPS na Câmara Municipal de Campo Grande, aponta que a meta do partido é triplicar este número, ou seja, eleger ao menos três vereadores em Campo Grande. Para tanto, já conta com 38 pré-candidatos, como o ex-chefe da Funsat, Aldo Donizetti, e a transexual Cris Stephany. Luiza também adianta que, ao que tudo indica, devem manter a aliança com o PP, de Alcides Bernal, “pelas ideias em comum, pautadas na vivência democrática”.

Política dos Picarelli – Já a vereadora Magali Picarelli (PSDB) descarta qualquer aliança com o atual prefeito, apesar de ter posado ao lado de Bernal no palco da inauguração de uma creche, semana passada. Questionada sobre o fato, ela responde: “sou vereadora e não aliada, ou seja, aliada da educação e não do prefeito”.

(com Alberto Dias e Anahi Zurutuza)

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