Casa Cor é lançada no Hospital do Câncer e desafia arquiteto a ir além da beleza
Em abril do ano que vem, quando a terceira edição da Casa Cor MS abrir as portas em Campo Grande, todos os ambientes serão residenciais. Até aí, nada mudou. Mas o desafio é fazer do projeto de 2014 algo duradouro, que garanta qualidade de vida aos pacientes do Hospital do Câncer Alfredo Abrão, local escolhido para receber a mostra de Arquitetura e Paisagismo.
No lançamento do projeto, na manhã desta quinta-feira , a palavra da vez foi “legado”. Os responsáveis pelo evento querem sensibilizar profissionais e empresários a acreditar na ideia de que a arquitetura não é luxo e tem papel fundamental em um ambiente como o Hospital do Câncer, onde pessoas chegam normalmente fragilizadas.
O anexo, ainda em construção na rua Antônio Maria Coelho, terá 9 pavimentos, mas antes de ser inaugurado, dois deles vão virar Casa Cor. O mesmo ocorreu em 2012 em Mato Grosso, no hospital do câncer de Cuiabá.
Michel Teló, João Bosco e Vinícius já aparecem como apoiadores em vídeo institucional, assim como o ator Otaviano Costa virou padrinho da proposta em Mato Grosso.
“Quando o hospital foi escolhido em Cuiabá respondi à pergunta que sempre fiz sobre a missão da Casa Cor. Agora vamos continuar aqui. Será a maior obra social já vista em Mato Grosso do Sul”, reforça o gerente das franquias Casa Cor no Brasil, Alessandro Silva.
Ambientes- Em Campo Grande, o subsolo e o térreo do Hospital do Câncer serão transformados em uma casa sofisticada, criada para uma família brasileira fictícia, com dinheiro para gastar, bom gosto, interessada em design, tecnologia e em sustentabilidade.
Depois, quando a mostra sair de cena, adaptações serão feitas para o espaço receber os médicos, exames, pacientes... Por isso, o cuidado é ousar sem perder a chance de deixar o tal legado, com o aproveitamento ao máximo de materiais e instalações quando a Casa Cor tiver de virar hospital.
“Os banheiros funcionais, por exemplo, serão instalados no local definitivo, para depois servirem ao hospital. O mesmo acontece com as salas. Uma sala de Casa Cor depois será transformada em 3 consultórios”, explica a diretora comercial da mostra, Luciane Mamoré.
Segundo ela, todas as decisões são tomadas por profissionais do hospital e do evento, justamente para que a adequação seja viável.
A arquiteta Kátia Ocampos já comprou espaço na mostra de 2014. Escolheu a “Sala de Cinema”, por acreditar que cada vez mais as famílias têm interesse em aproveitar o lazer dentro de casa. “E isso não importa o tamanho da casa ou do apartamento, até uma salinha serve para esse tipo de diversão”, comenta.
No caso dela, o projeto não será nada modesto, terá cerca de 80 metros quadrados, um desafio bem maior que a estreia na Casa Cor, quando usou 20 metros quadrados para criar o “Banho da Moça”.
Experiente na arquitetura hospitalar, Kátia não tem dúvidas sobre o aproveitamento pós Casa Cor. “A gente já começa um projeto desses pensando que é criado para uma família, mas que depois será usado pelo hospital. Tenho certeza que a maioria poderá ser absorvida”, avalia.
Deise Bigolin diz estar empolgada com a possibilidade de contribuir com o que virou projeto social. "É bom por tudo, principalmente, por poder mostrar que a arquitetura funcional melhora a qualidade de vida".
Na última edição, a arquiteta criou uma garagem com direito a pastilhas folheadas a ouro na parede de uma mansão nos altos da avenida Afonso Pena. O retorno como profissional foi imediato, mas no Hospital do Câncer ela acha que deve encontrar uma satisfação ainda maior. "Lá, quando acabou a mostra, a garagem foi derrubada. Hoje só tem um gramado no local. Aqui, podemos dar uma contribuição permanente", justifica.
A Casa Cor MS será aberta no dia 25 de abril de 2014 e seguirá até o dia 8 de junho.